Google lança ferramentas para apagar automaticamente histórico de pesquisa e localização

A gigante tecnológica está a actualizar os seus controlos de privacidade numa altura em que as pessoas estão cada vez mais reticentes em relação à informação que dão às empresas.

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A Google vai enviar lembretes aos utilizadores para reverem as suas definições de privacidade Reuters/Arnd Wiegmann

A Google vai começar a apagar automaticamente o histórico de localização dos utilizadores — que quando activado permite dar direcções personalizadas no Google Maps e memorizar restaurantes ou percursos preferidos — a cada 18 meses. Quem quiser, pode pedir que a limpeza seja feita a cada três meses, ou pedir à Google que não elimine os dados.

Trata-se de uma das várias medidas anunciadas esta quarta-feira pela gigante tecnológica, numa altura em que as pessoas estão cada vez mais conscientes e cautelosas em relação à informação que dão às grandes empresas.

“A privacidade é fundamental para definir a relação entre dois utilizadores, e entre utilizadores e empresas”, notou Sam Heft-Luthy, gestor de produto do Google para a área de privacidade, durante uma apresentação das novas funcionalidades aos jornalistas.

Em Abril, a Google foi uma das empresas a anunciar que ia disponibilizar informação anonimizada sobre as movimentações dos utilizadores em diferentes áreas (como zonas residenciais, parques, e supermercados) para ajudar a travar a propagação da covid-19.

Para Heft-Luthy, o actual foco deve ser garantir que os utilizadores percebem as ferramentas que têm disponíveis e como podem assegurar a privacidade.

A empresa, que é dona do YouTube, também vai passar a apagar automaticamente o histórico de pesquisa no seu site de vídeos a cada três anos, e vai enviar lembretes ao utilizadores para conhecerem e reverem as suas definições de privacidade. Para activar o modo incógnito no navegador do Google (que impede o Google Chrome de guardar os sites visitados numa sessão), bastará clicar no ícone de utilizador no canto superior direito. E sempre que alguém pesquisar sobre o tema no motor de busca da Google, as definições de privacidade estarão no topo dos resultados.

Actualmente, a empresa está a ser processada na Califórnia, EUA, por monitorizar a actividade das pessoas que usam o seu modo de navegação anónima, uma opção que permite aos utilizadores do Chrome “navegar em privado”, sem que os sites que visitam fiquem guardados no histórico do navegador. No entanto, os sites visitados continuam a receber informação do utilizador (isto é utilizado para apresentar anúncios personalizados) algo que nem todas as pessoas percebiam.

As mudanças também chegam quase cinco meses após a Comissão de Protecção de Dados da Irlanda, responsável pela regulação dos negócios do Google na Europa, anunciar uma investigação sobre a forma como o Google guarda dados de localização dos utilizadores.

“Estamos a tentar explorar maneiras de garantir que as pessoas estão melhor informadas”, esclareceu Sam Heft-Luthy, questionado sobre o caso, notando que as novas mudanças devem ajudar as pessoas a perceber como a Internet e os serviços da Google funcionam. “Temos percebido que quantas mais opções as pessoas têm, menos sabem o que fazer”, continuou Heft-Luthy. “Estamos a tentar uma abordagem proactiva. Com opções de ligar ou desligar funções, lembretes e informação sobre as definições de privacidade ao pesquisar no Google.”

A Google não é a única empresa a investir na privacidade. A palavra foi muito repetida durante a apresentação da Apple esta segunda-feira, com a empresa a permitir no futuro que o utilizador dê a uma aplicação a sua localização aproximada, ao invés da localização precisa como acontece actualmente.

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