Dez doentes covid internados no Hospital Militar de Belém

Obras de adaptação daquela unidade hospitalar aos doentes do novo coronavírus terá derrapado. Ministério da Defesa está avaliar o montante investido.

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Gomes Cravinho na manhã desta quarta-feira no Parlamento LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Dez doentes de covid-19 oriundos de hospitais da Administração Regional de Saúde e Vale do Tejo estão internados no Hospital Militar de Belém anunciou na manhã desta quarta-feira o ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho.

“O Hospital Militar de Belém era uma estrutura devoluta desde 2012 e, em Março, foi decidido que recebesse doentes covid-19 que não necessitassem de cuidados intensivos”, disse o governante que falava em audição regimental na comissão parlamentar de Defesa Nacional.

Gomes Cravinho recordou que o protocolo então estabelecido pela Defesa e as autoridades sanitárias estabelecia um limite máximo de internamento de 150 doentes, o que felizmente nunca ocorreu. “Hoje temos dez internados”, anunciou.

Recorda-se que na terça-feira da semana passada, o Hospital Militar de Belém recebeu os três primeiros enfermos oriundos do Hospital Fernando da Fonseca, conhecido como Amadora-Sintra, uma das unidades hospitalares da Área Metropolitana de Lisboa mais pressionadas pelo surto de novo coronavírus que assola a Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

Vinte e quatro horas depois dos primeiros internamentos, na quarta-feira da semana passada, a unidade hospitalar de Belém recebeu outros dois doentes vindos do Hospital Fernando da Fonseca, refazendo, então, um total de cinco internamentos. Na audição desta manhã, o ministro Gomes Cravinho não especificou aos deputados a origem dos outros cinco doentes entretanto para ali transferidos, sendo o total, na manhã desta quarta-feira, de dez internados com covid-19.

Em relação ao valor global das obras de adaptação realizadas no Hospital de Belém para receber doentes com o novo coronavírus, estimadas em Março aquando do protocolo com as autoridades sanitárias em 750 mil euros, o ministro da Defesa Nacional disse que estão agora a ser feitas as contas.

Nalgumas versões, terá havido uma derrapagem orçamental, até dois milhões de euros de investimento. Neste ponto, Gomes Cravinho assegurou aos membros da comissão parlamentar de Defesa Nacional que a verba a ser apurada vai entrar nas negociações do Ministério da Defesa com a Câmara Municipal de Lisboa e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa que, no futuro pós pandemia, irão gerir o Hospital Militar de Belém.

Recorda-se que esta solução foi contestada, como o PÚBLICO então noticiou, numa carta aberta enviada ao primeiro-ministro António Costa por 86 personalidades. Entre os signatários, consta o antigo Presidente da República, general Ramalho Eanes, que juntou a sua assinatura a vários oficiais generais, entre os quais diversos ex-chefes dos ramos que reclamam a manutenção na esfera militar do Hospital de Belém, 

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