Marcelo admite “medidas mais duras” e Costa fala em “quadro punitivo”

Na sequência das várias festas e ajuntamentos ilegais de que tem havido registos, Presidente e primeiro-ministro apelam à responsabilidade dos portugueses e dão indicações de que pode haver medidas mais duras e punitivas.

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Marcelo, momentos antes de assistir a um espectáculo no grande auditório do CCB LUSA/JOSÉ SENA GOULÃO

O Presidente da República admitiu neste domingo, junto ao Centro Cultural de Belém, onde foi assistir a um espectáculo, que pode haver “necessidade de tomar medidas mais duras” em termos de intervenção das autoridades para impedir as festas e os ajuntamentos de centenas ou mesmo milhares de pessoas que foram reportados às forças de segurança em Lisboa, Carcavelos, Braga, Porto, Lagos e Arrábida. António Costa, por seu turno, referiu a criação de um “quadro punitivo para organizadores e participantes" nesses eventos.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu ainda que, “se houver casos pontuais, específicos, em que haja necessidade de tomar medidas para determinadas localidades ou freguesias ou áreas de freguesia”, elas serão tomadas. “Multiplicam-se as participações ao Ministério Público e aí as pessoas percebem, jovens e não jovens, que começam a ter um problema grave em cima dos seus ombros”, disse o Presidente.

Ainda assim, o chefe do Estado insistiu que o país está agora na “fase de tentar apelar, persuadir” e que “se há minorias que criam problemas à generalidade da população, terão de se aplicar as regras e o rigor será tanto maior quanto a necessidade de ser rigoroso”.

“Se for muito necessário, terá de se aplicar medidas proporcionais”, repetiu.

Costa admite criação de quadro punitivo 

No mesmo sentido, António Costa afirmou depois, no Teatro Nacional D. Maria II, onde foi para assistir ao espectáculo By Heart, que, se as festas continuarem, “as autoridades vão ter de tomar medidas” e admitiu que possa ser criado um “quadro punitivo” para as pessoas organizam ou participam em eventos desta natureza. “As forças de segurança já actuaram nas últimas noites e actuarão sempre que for necessário”, assegurou.

“É uma chatice ter de obrigar as forças da ordem a actuar, termos de começar a autuar... Depois de termos feito tudo tão bem até agora, não vamos estragar”, disse o primeiro-ministro em jeito de aviso e de pedido.

António Costa lembrou que mais liberdade exige mais responsabilidade. “Cada um tem de evitar comportamentos de risco”, resumiu. E alertou: Muita gente mais nova pode ter menos risco de contrair [a covid-19], mas tem um enorme risco de a transmitir.

Na noite anterior, à chegada ao Teatro São Luiz para um concerto, o primeiro-ministro também se referiu ao assunto, considerando-o inaceitável e pedindo responsabilidade aos portugueses.

“São obviamente comportamentos que só podem dar mau resultado. Cumprirmos as regras é o maior contributo que podemos dar”, disse António Costa, lembrando que a paralisação tem consequências nefastas em vários sectores. Apesar de tudo, o primeiro-ministro não deixou de dizer: "Daremos os passos atrás que teremos de dar.”

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