Irmã de Kim Jong-un ameaça avançar com acção militar contra a Coreia do Sul

Kim Yo Jong acusou vizinhos do Sul de distribuírem panfletos com mensagens contra o regime de Pyongyang.

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Kim Yo Jong é vista como a pessoa mais próxima do irmão ditador e a responsável pelas difíceis relações com a Coreia do Sul Reuters/Jorge Silva

A irmã de Kim Jong-un ameaçou este sábado avançar com uma operação militar contra a Coreia do Sul, como forma de protesto contra activistas que enviam folhetos contra o regime de Pyongyang.

Kim Yo Jong, irmã do líder da Coreia do Norte, descreveu a Coreia do Sul como “inimiga” e repetiu uma ameaça que vinha fazendo de uma acção militar contra Seul, criticando o declínio das relações bilaterais e denunciando a prática de distribuição de folhetos contra o regime de Kim Jong-un, na zona de fronteira entre os dois países da península.

Na semana passada, a Coreia do Norte declarou que cortaria todos os canais de comunicação governamentais e militares com a Coreia do Sul e que abandonaria os principais acordos de paz intercoreanos alcançados pelos dois líderes, em 2018.

Kim, que é a primeira directora do departamento do comité central do Partido dos Trabalhadores, avisou que deixará nas mãos dos líderes militares da Coreia do Norte o próximo passo de retaliação contra a Coreia do Sul.

“Ao exercer o meu poder autorizado pelo líder supremo, o nosso partido e o Estado, dei uma instrução ao departamento encarregado dos assuntos com o inimigo para executar decisivamente a próxima acção”, disse Kim Yo Jong, num comunicado divulgado pela agência estatal noticiosa.

“Se eu der uma pista sobre o nosso próximo plano, que as autoridades (sul-coreanas) desejariam, o direito de tomar a próxima acção contra o inimigo será confiado ao estado-maior do nosso Exército”, acrescentou a irmã do líder norte-coreano.

Kim Yo Jong é vista como a mais poderosa mulher do regime e a confidente mais próxima do líder, sendo responsável pelas difíceis relações com a Coreia do Sul.

O Governo do líder sul-coreano, Moon Jae-in, tem procurado melhorar as relações com os vizinhos do Norte, ao mesmo tempo que procura estreitar as relações diplomáticas entre a Coreia do Norte e os EUA, através de cimeiras que tem promovido nos últimos anos.

Contudo, nos últimos meses, a Coreia do Norte suspendeu praticamente toda a cooperação com o Sul, ao mesmo tempo que expressava frustração com a falta de progresso nas negociações sobre tratados nucleares com os Estados Unidos.

Numa declaração da passada semana, Kim Yo Jong disse que a Coreia do Norte cancelará os acordos militares com o Sul, criticando de forma severa os “desertores” norte-coreanos que acusou de lançarem folhetos com mensagens contra o regime de Pyongyang sobre a fronteira.

A declaração deste sábado ocorre horas depois de um alto funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Norte ter dito que Seul deveria “abandonar a conversa sem sentido” dos acordos nucleares e que o seu país continuaria a expandir o seu poderio militar para combater os Estados Unidos.

Em resposta às acusações sobre o lançamento dos folhetos, o Governo da Coreia do Sul já disse que vai apresentar queixa contra dois grupos de desertores norte-coreanos e que preparará novas leis para proibir os activistas de emitirem esse género de mensagens.

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