Covid-19: DGS esclarece que arraiais estão mesmo proibidos

“Nada impede que haja uma esplanada, que essa esplanada tenha música e que essa música seja acompanhada de um grelhador e de umas belas sardinhas”, tinha dito Graça Freitas, esta manhã. Durante a tarde, a DGS esclareceu: “Não estão permitidos arraiais”.

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A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas MÁRIO CRUZ/LUSA

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, esclareceu esta quinta-feira que “não estão permitidos arraiais”, mas sim o uso de estabelecimentos comerciais dentro das regras já existentes para tentar conter a disseminação da covid-19. O esclarecimento surge depois de Graça Freitas ter dito, durante a conferência de imprensa diária sobre a pandemia de covid-19, que “as coisas podem fazer-se, mas com regras”, quando questionada sobre a realização de arraiais.

Em declarações posteriores à Lusa, a responsável da Direcção-Geral da Saúde (DGS) explicou que fez uma “utilização livre” da palavra arraial e que nunca quis ir contra nenhuma das orientações ou regras já estabelecidas. “Não contrario em nada, nem no que está na legislação nem no que está nas regras e nas orientações e, muito menos, no que está no despacho da Câmara Municipal de Lisboa que é aplicável nestas circunstâncias”, disse Graça Freitas, sublinhando que o despacho camarário “tem de ser observado como a regra vigente neste momento para o concelho de Lisboa”.

“A utilização do termo foi genérica e não especifica em relação ao que está no despacho da câmara de Lisboa”, sublinhou. Graça Freitas lembrou que o despacho da autarquia é o que regulamenta este período no concelho de Lisboa e que “ter utilizado a palavra arraial em nada quis contrariar este despacho”. “Antes pelo contrário, é um despacho que respeito inteiramente porque cumpre as regras de segurança e pretende que tudo se passe dentro do mais estrito cumprimento das regras de segurança”, sublinhou.

Durante a conferência de imprensa diária que se realizou ao inicio da tarde, Graça Freitas foi questionada se os arraiais estão ou não proibidos, tendo dito: “Um café pode ter uma esplanada, uma esplanada pode ter um grelhador, o grelhador pode ter sardinhas, isso não impede as pessoas todas que observem as regras, que será um arraial diferente do arraial do ano passado”.

Na quarta-feira, a ministra da presidência afirmou que estavam proibidos arraiais e festas populares — e que as autoridades iriam garantir que os mesmos não se iriam realizar — e Graça Freitas esclareceu agora que “o que está permitido é a utilização de estabelecimentos dentro dos horários prescritos e os estabelecimentos que estão autorizados e nas condições em que estão autorizados”.

“Nada impede que haja uma esplanada, que essa esplanada tenha música e que essa música seja acompanhada de um grelhador e de umas belas sardinhas”, disse Graça Freitas, durante a conferência de imprensa diária de actualização da informação relativa à infecção pelo novo coronavírus. No entanto, sublinhou, é preciso cumprir as regras de distanciamento social: “É uma nova normalidade. As coisas podem fazer-se, mas com regras”.

A directora-geral da Saúde referiu que, neste momento, já estão a funcionar “esplanadas óptimas, com muitas pessoas”, que cumprem as regras e por isso “o risco é mínimo”, mas “há outras situações em que as pessoas se juntam demasiado”, sendo que em sítios públicos como esplanadas, ajuntamentos de pessoas e situações de convívio “muitas vezes estamos a conviver com perfeitos desconhecidos”, pelo que “temos que pensar que não conhecemos o seu estado infeccioso” e “tomar cuidado”.

Questionada esta quinta-feira se os arraiais estão ou não proibidos, Graça Freitas respondeu: “Um café pode ter uma esplanada, uma esplanada pode ter um grelhador, o grelhador pode ter sardinhas, isso não impede as pessoas todas que observem as regras, que será um arraial diferente do arraial do ano passado”.

Portugal regista esta quinta-feira 1504 mortes relacionadas com a covid-19, mais sete do que na quarta-feira, e 35.910 infectados, mais 310, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela DGS.

Em comparação com os dados de quarta-feira, em que se registavam 1497 mortes, constatou-se um aumento de óbitos de 0,46%. Já os casos de infecção subiram cerca de 0,9%

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado maior número de surtos (14.161), há mais 283 casos de infecção do que na quarta-feira (cerca de 2%).

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