Ennio Morricone e John Williams vencem edição de 2020 do Prémio Princesa das Astúrias das Artes

Maestros foram distinguidos por terem “enriquecido centenas de filmes com o seu talento”.

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Ennio Morricone Dylan Martinez

Os músicos Ennio Morricone e John Williams são os vencedores da edição de 2020 do prémio Princesa das Astúrias das Artes, em Espanha, confirmou esta sexta-feira o jornal El País, tendo a decisão sido tomada numa reunião por videochamada. Conhecidos pelas bandas sonoras que acompanham algumas das mais citadas obras cinematográficas do século XX – o spaghetti western de O Bom, O Mau e o Vilão e a comédia dramática de Cinema Paraíso não seriam a mesma coisa sem as composições do italiano Morricone, hoje com 91 anos, e não se consegue falar d’ A Guerra das Estrelas sem se mencionar o histórico tema de abertura do norte-americano Williams, três anos mais novo –, os maestros foram reconhecidos pelo júri por terem “enriquecido centenas de filmes com o seu talento”.

Se, por um lado, Morricone – que passou por Portugal na sua digressão de despedida, em 2019 – “construiu a sua reputação ao colocar a música da Europa no universo dos Estados Unidos”, aponta a organização, Williams transportou o “espírito da tradição sinfónica de Viena” para os “maiores sucessos de bilheteira em Hollywood”. Os artistas foram aplaudidos por terem em comum uma “capacidade deslumbrante de atravessarem géneros e fronteiras”.

Novecento, filme do realizador italiano Bernardo Bertolucci, o clássico Era Uma Vez Na América e Os Intocáveis, de Brian De Palma, são alguns dos muitos títulos que contam com as contribuições de Morricone. Há ainda Os Oito Odiados, assinado por Quentin Tarantino, que, em 2016, lhe valeu o Óscar de Melhor Banda Sonora. Williams, por outro lado, deixou a sua incontornável marca em vários dos cabeças-de-cartaz mais populares dos últimos 40 anos, de E.T.: O Extraterrestre ao Parque Jurássico, dos Tubarões ao Resgate do Soldado Ryan.

Os Prémios Princesa das Astúrias – que, até 2014, mantiveram a designação Prémios Príncipe das Astúrias – são atribuídos anualmente pela fundação com o mesmo nome e galardoam “o aperfeiçoamento do cinema, do teatro, da dança, da música, da fotografia, da pintura, da escultura, da arquitectura e de outras manifestações artísticas”. O dramaturgo britânico Peter Brook recebeu a distinção no ano passado, que já destacou também Martin Scorcese, Francis Ford Coppola, a actriz espanhola Núria Espert ou o artista plástico William Kentridge, da África do Sul.

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