Covid 19: mais oito mortes em Portugal, o número mais baixo desde 15 de Maio

Desde o início do surto, foram contabilizados 33.592 infectados e morreram 1455 pessoas. Já foram dadas como recuperadas 20.323 pessoas.

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rui gaudÊncio

Portugal registou esta quinta-feira mais oito mortes, um aumento de 0,55% que eleva para 1455 o número de vítimas mortais no país desde Março. Este é o registo diário de óbitos mais baixo desde 15 de Maio, em que foram contabilizadas seis mortes (0,51%). Foram identificados mais 331 casos nas últimas 24 horas, o que corresponde a uma taxa de crescimento de 1%. Destes, 93% foram detectados na região de Lisboa e Vale do Tejo. Desde o começo do surto, há registo de 33.592 casos.

Os números, divulgados esta quinta-feira no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde (DGS), dão conta de 445 pessoas internadas, mais 17 do que no dia anterior. É a primeira subida do número de pessoas hospitalizadas desde 29 de Maio. Há 58 doentes nos cuidados intensivos (mais duas do que na quarta-feira).

Foram dadas como recuperadas mais 244 pessoas, subindo assim para 20.323 o número de “curados” no país. Excluindo estes casos e os óbitos, há 11.814 casos activos, mais 79 do que no dia anterior.

A taxa de letalidade e global da doença é de 4,3%, e sobe para 17,3% acima dos 70 anos, de acordo com o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, na conferência de imprensa desta quinta-feira sobre a evolução da pandemia em Portugal. Cerca de 87% da totalidade das mortes estão acima dos 70 anos. 

A região de Lisboa e Vale do Tejo voltou a ser a que concentrou o maior número de novos casos, com 309 dos 331 identificados nas últimas 24 horas. Desde Março, é a segunda região com maior número de infectados, com 12.137, contabilizando 383 mortes.

A região Norte continua a ser a que registou um maior número de casos e de mortes desde o início do surto, com 16.819 pessoas infectadas e 801 óbitos. Desde quarta-feira, foram detectados 15 casos e há registo de mais cinco mortes.

A região Centro tem 3770 casos registados e 240 mortes, seguida da região do Algarve, com 376 infectados e 15 óbitos. O Alentejo assinala até esta quinta-feira 262 casos e uma morte. Os Açores e a Madeira são as regiões com menor número de casos, com 138 e 15, respectivamente. A Madeira é a única região sem mortes registadas.​

Lisboa é o concelho com maior número de casos (2536) e o que identificou mais novos infectados nas últimas 24 horas (50). Os restantes concelhos com mais novos casos são todos da região de Lisboa e Vale do Tejo: Amadora (41 novos casos), Loures (33 novos casos), Odivelas (25 novos casos) Vila Franca de Xira (20 novos casos) e Cascais (16 novos casos). O boletim da DGS não tem registo de casos novos em Sintra, que na quarta-feira foi o concelho com a maior subida, com mais 45 infectados.

Até quarta-feira, Portugal tinha registado um total de 33.261 casos de infecção, 1437 mortes e 20.079 recuperados.

Governo diz que reserva nacional de equipamentos de protecção “está estável”

António Lacerda Sales garantiu, nesta quinta-feira, que a reserva nacional de equipamentos de protecção “está estável”.

Sobre o foco actual na luta contra a pandemia, garantiu particular atenção a Lisboa. “Nesta fase, concentramos esforços nos rastreios das empresas da Grande Lisboa. Ontem tínhamos feito nove mil colheitas. Hoje, faremos cinco mil”, avançou o secretário de Estado.

Ainda em matéria de investigação, Lacerda Sales passou a palavra a Fernando Almeida, presidente do Instituto Ricardo Jorge (IRJ), que explicou o que está a ser feito em Portugal.

“Há 600 mutações no vírus em Portugal, que são as mesmas que circulam mais na Europa. Continuamos a fazer este estudo e é ele que vai permitir fazer outros subsequentes”.

Testes serológicos não são úteis para diagnóstico à covid-19

Fernando Almeida anunciou ainda resultados de testes serológicos para o início de Julho e avançou que serão feitas análises a crianças. “Vamos fazer testes com crianças, mas não é desejável obrigá-las a fazer o teste só para inquéritos serológicos. O que fazemos é quando as crianças vão colher sangue por outra razão, aproveitar para colher para isto também”.

Questionado pelo PÚBLICO, o responsável do IRJ garantiu que os testes serológicos feitos pelos municípios à população - ou mesmo individualmente pelos cidadãos - não dão resultados definitivos em matéria de diagnóstico à covid-19.

“Saiu uma circular para dar alguns esclarecimentos sobre testes serológicos. Não sei que tipo de testes estão a ser feitos, bem como os objectivos. O que digo é que fazer um teste serológico para detecção de anticorpos não serve para diagnóstico. Há riscos e as pessoas que o fazem devem perceber que não é um teste diagnóstico. Ser negativo não lhes confere imunidade nem a garantia de não terem covid”.

“Há dificuldade em perceber a fiabilidade destes testes. Há uma forte componente de falsos negativos. O que nos preocupa são os falsos negativos, não é o excesso de positivos, que podem ou não ser confirmados. Se for para avaliar imunidade, os testes são bem-vindos. Se for para diagnóstico, não”, concluiu.

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