O tom do protesto: as redes sociais vestiram-se de negro

O movimento Blackout Tuesday foi criado pela indústria musical e protesta contra o racismo e a violência policial, depois da morte de George Floyd.

Foto

Os últimos dias foram marcados por protestos, uns mais pacíficos, outros mais violentos, nos Estados Unidos, depois da morte de George Floyd, um afro-americano de 46 anos, às mãos da polícia de Mineápolis e de apoio ao movimento Black Lives Matter. Nesta terça-feira, as redes sociais inundaram-se de quadrados pretos, num movimento global contra o racismo e violência policial.

O que está a ser chamado de Blackout Tuesday começou com a hashtag #TheShowMustBePaused, ideia de duas produtoras de música: Jamila Thomas, da editora Atlantic, e Brianna Agyeman, da empresa de novos talentos Paltoon.

“Terça-feira, 2 de Junho, tem como objectivo intencionalmente interromper a semana de trabalho. Segunda-feira sugere um fim-de-semana prolongado, e não podemos esperar por sexta-feira para haver mudanças. É um dia para parar e ter uma conversa honesta, reflexiva e produtiva sobre que acções são necessárias para apoiarmos colectivamente a comunidade negra”, lê-se no site da iniciativa.

Nos últimos dias, Rihanna tem vindo a público reflectir sobre os protestos: “Nos últimos dias, a magnitude da devastação, raiva, tristeza que senti foi esmagadora, para dizer o mínimo! Observar o meu povo ser assassinado e linchado dia após dia levou-me a um lugar profundo no meu coração”. Também Beyoncé pediu aos fãs que assinem uma petição a pedir justiça para a morte de Floyd. “Todos testemunhamos o seu assassinato em plena luz do dia. Estamos magoados e em luto. Não podemos normalizar essa dor”, apelou num vídeo publicado no Instagram.

A iniciativa foi abraçada por Ariana GrandeRihanna, RadioheadElton John. Por cá, Catarina Furtado, Rui Unas e Carolina Deslandes também publicaram um quadrado negro com #blackouttuesday ou #theshowmustbepaused na descrição.

Nos últimos dias, várias personalidades — de atletas, como Lewis Hamilton, Michael Jordan, Serena William ou Frances Tiafoe, a actores e realizadores como Spike Lee — têm vindo a público mostrar a sua indignação. Na sexta-feira, o apresentador e comediante Trevor Noah publicou uma reflexão de 17 minutos sobre o racismo.

Texto editado por Bárbara Wong

Sugerir correcção