Investigadores australianos conseguiram velocidade de Internet mais rápida do mundo

Equipa de três universidades atingiram uma velocidade de dados de 44,2 terabitspor segundo. Com esta velocidade, é possível descarregar mil milhões de filmes em segundos.

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Investigadores acreditam que o teletrabalho obrigará a mudar a infra-estrutura da internet em dois ou três anos daniel rocha

Investigadores das universidades de Monash, Swinburne e do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (RMIT), na Austrália, conseguiram a maior velocidade de dados da Internet registada até agora a partir de um único chip óptico.

A equipa, liderada por Bill Corcoran, Arnan Mitchell e David Moss, conseguiu atingir uma velocidade de 44,2 terabits por segundo (Tbps) a partir de uma única fonte de luz. Uma tecnologia que tem capacidade para suportar milhares de milhões de conexões simultâneas de Internet de alta velocidade.

Os investigadores divulgaram que atingiram essas velocidades aplicando uma infra-estrutura de comunicações já existente e usando um novo dispositivo que substitui 80 lasers por um único equipamento conhecido como “micro-pente”, menor e mais leve que o hardware de telecomunicações existente.

“Com a pandemia de covid-19 estamos a ter uma amostra de como a infra-estrutura da internet será daqui a dois ou três anos, devido ao número sem precedentes de pessoas que a usam para trabalho remoto, socialização e streaming e o que estamos a ver é que precisamos de ser capazes de dimensionar a capacidade das nossas conexões”, disse Bill Corcoran, co-autor principal do estudo e professor de engenharia de sistemas eléctricos e de computadores na Universidade Monash, em Melbourne, Austrália.

“O que a nossa pesquisa demonstra é a capacidade de as fibras que já possuímos serem a espinha dorsal das redes de comunicações agora e no futuro. Desenvolvemos algo escalável para responder às necessidades futuras”, assinala o especialista.

Arnan Mitchell, do RMIT, sublinha que atingir a velocidade de 44,2 Tbps, capaz de descarregar mil filmes de alta definição numa fracção de segundo, mostra o potencial da infra-estrutura existente. O perito revela que a ambição futura do projecto é aumentar os transmissores actuais de centenas de gigabytes por segundo para dezenas de terabytes por segundo sem aumentar o seu tamanho, peso ou custo.

“A longo prazo esperamos criar ‘chips fotónicos’ integrados que permitam que esse tipo de volume de dados seja alcançado através de ligações de fibra óptica existentes com custo mínimo”, realçou.

Quanto ao uso desta tecnologia, o investigador explica que “inicialmente ela poderá ser atraente para comunicações de velocidade ultra alta entre centros de armazenamento de dados”, mas que o seu potencial pode mesmo chegar ao público em geral se o seu custo for suficientemente baixo e a tecnologia for compacta para poder ser usada comercialmente.

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