Com o regresso dos portugueses à rua, as lojas reinventam-se para conquistar clientes

Apanhar as encomendas no parque de estacionamento ou chegarem comodamente a casa, as marcas continuam à procura de conquistar os clientes de maneiras criativas.

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As lojas começaram a abrir as suas portas na passada semana Paulo Pimenta

Durante o estado de emergência, os restaurantes foram os primeiros a reinventar-se com os serviços de take-away, enquanto outras lojas e serviços fecharam completamente ou procuraram outras alternativas porque os hábitos de consumo dos portugueses começaram a mudar. As empresas procuraram diversificar os canais de venda para que fosse possível fazer compras em segurança. Das recolhas nos parques de estacionamento, sem sair do carro, às entregas em casa, por exemplo.

Nos últimos dois meses, serviços de entregas como a Glovo ou a Uber Eats viram diversificar-se o tipo de entregas que fazem e que já não se resumem a refeições. Recentemente, a Well’s (do grupo Sonae, tal como o PÚBLICO) estabeleceu um protocolo com a Uber Eats e com os CTT. “A Well’s está a investir em diversos canais de atendimento alternativos, para que os nossos produtos possam estar cada vez mais acessíveis a toda a população”, explica João Cília, director-geral da Well’s, em comunicado. “É com muito orgulho que incluímos a Well’s na aplicação Uber Eats, num período tão particular como o que vivemos”, sustenta, por seu lado, Mariana Ascensão, directora de comunicação da Uber em Portugal. Até 24 de Maio, os clientes não pagam taxa de entrega.

Mas também é possível receber em casa uma encomenda através dos CTT, no espaço de duas horas, em algumas localidades (Lisboa, Porto, Braga, Aveiro, Coimbra, Évora, Algarve e Funchal), de medicamentos não-sujeitos a receita médica até produtos essenciais de saúde e de bem-estar de bebé, no âmbito de uma parceria entre a Well’s e os CTT. 

Embora de portas físicas estejam fechadas, a Ikea manteve a venda online com recolha das encomendas, feitas pelo próprio cliente, no parque de estacionamento das lojas. Registou-se uma “maior procura por soluções de arrumação, organização e escritório nesta fase de teletrabalho”, informa Cláudia Domingues, directora de comunicação da marca, ao PÚBLICO. A partir desta segunda-feira, o gigante sueco reabre os restaurantes, lojas suecas e bistrôs, mas apenas através do serviço de take-away ou grab and go, porque as lojas físicas só reabrirão a 1 de Junho, embora a área infantil vá permanecer fechada, continua Domingues. “Queremos reabrir de forma responsável, de maneira a que os nossos clientes e colaboradores se sintam seguros para fazer compras e trabalhar”, justifica.

Também a marca de vestuário para criança Zippy (do mesmo grupo que o PÚBLICO) inovou nesta altura de pandemia, ao disponibilizar um serviço de atendimento via WhatsApp ou telefone, com levantamento drive in. As encomendas são feitas a partir de casa e a recolha no parque de estacionamento do centro comercial.

Outras alternativas descobertas durante a pandemia passaram por procurar manter os clientes ligados nas redes sociais, além de promoções, propondo concursos ou conversas pela Internet. Por exemplo, a cadeia de lojas de beleza Sephora apostou numa aplicação para smartphones de compras online, além de permitir conhecer novidades e críticas aos produtos. A marca lançou ainda as Beauty Talks diárias em live no Instagram, que também podem ser ouvidas em podcast. Além de ter criado uma playlist comunitária no Spotify.

Por seu lado, a Zippy decidiu seguir os seus seguidores no Instagram com o objectivo de “encontrar oportunidades de interacção relevantes para oferecer promoções ou aconselhamento taylor-made que façam com que o consumidor se sinta especial”, lê-se no comunicado da marca. 

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