Covid-19: hospital de campanha da Câmara do Porto desactivado até ao final da semana

Hospital instalado no Pavilhão Rosa Mota deverá ser desactivado até sexta-feira, mas continuará montado e pronto a ser utilizado, em caso de necessidade, até ao final de Julho.

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O espaço, com capacidade para 320 doentes, recebeu 27 no total Paulo Pimenta

O hospital de campanha do Porto, montado no Pavilhão Rosa Mota para aliviar a pressão sobre os hospitais de São João e Santo António, vai ser desactivado até ao final da semana, um mês após ter entrado em funcionamento, revelou nesta quinta-feira o município.

Em comunicado, a autarquia esclarece que a unidade, a funcionar com doentes internados desde o dia 14 de Abril, será desactivada até ao final da semana, dado que os hospitais do Porto “voltaram a ganhar capacidade de internamento”.

Contudo, a estrutura não será desmontada para já, mantendo-se “pronta a ser reactivada, caso surja uma segunda vaga de covid-19”. “Se tudo correr como previsto, até sexta-feira os últimos doentes receberão alta e a unidade, que contou com cerca de 300 médicos, enfermeiros e auxiliares em regime de voluntariado, ficará sem internamentos, prevendo-se a sua limpeza, mas não a desmontagem”, assinala o município.

Em caso de uma segunda vaga de covid-19, ou se os hospitais de São João e Santo António registarem, de novo, um número de internamentos perto do limite, a unidade poderá voltar a funcionar em poucos dias, mantendo-se instalada até 31 de Julho.

De acordo com a autarquia, pelo hospital de campanha Porto passaram cerca de três dezenas de doentes, que ocuparam 20% da capacidade instalada na primeira fase, embora o hospital possuísse mais 150 camas, no piso inferior, que poderiam ser activadas em caso de necessidade.

Sobre os custos da operação, o município salienta não ter ainda apuradas todas as contas, mas os contratos realizados com fornecedores, como a limpeza, o tratamento de resíduos hospitalares ou refeições, foram todos feitos, prevendo a interrupção da actividade e prevendo que apenas a parte efectivamente consumida fosse facturada.

Para a autarquia, os custos da montagem e funcionamento do hospital não devem ultrapassar o valor dos donativos recebidos através da campanha realizada pela RTP e de transferências bancárias assumidas por mecenas, uma vez que o pavilhão foi cedido gratuitamente pelo concessionário e as camas pelo Exército.

No dia 13 de Abril, o presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos, António Araújo, avançava que aquela unidade iria permitir transferir cerca de 20% dos doentes internados nos dois hospitais da cidade.

A estrutura, montada com o apoio de várias entidades, destina-se a receber doentes infectados com covid-19, assintomáticos ou com sintomas ligeiros, mas sem possibilidade de isolamento no domicílio, podendo ainda ser usada por doentes infectados e com necessidade de cuidados médicos devido a outras patologias, e doentes em fase de convalescença.

No total, o hospital de campanha dispõe de 320 camas para doentes covid-19, distribuídas por dois pisos.

O espaço foi inicialmente preparado para a eventualidade de receber idosos de lares cuja estrutura funcional tivesse sido comprometida pela pandemia, contudo, “perante a necessidade identificada pelos hospitais do Porto, o Pavilhão Rosa Mota acabou por ser transformado num hospital de campanha.

Na nota, o presidente da autarquia, Rui Moreira, salienta que esta unidade não foi um acto isolado, encaixando-se num plano que “funcionou e que previu o ataque à pandemia de várias formas”, como o encerramento “precoce” de serviços e rastreio aos lares de idosos.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 297 mil mortos e infectou mais de 4,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios.

Portugal contabiliza 1184 mortos associados à covid-19 em 28.319 casos confirmados de infecção, segundo o último boletim diário da Direcção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia

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