Jerónimo critica “confinamento obrigatório” de idosos

Secretário-geral comunista reclama para o partido os louros pelos sucessivos aumentos extraordinários de dez euros das pensões desde 2017.

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LUSA/JOSE SENA GOULAO

O líder do PCP recusa que o “dever de especial atenção aos cidadãos com mais de 70 anos” signifique um “confinamento obrigatório” na pandemia de covid-19 e reclama para o partido o mérito nos aumentos extraordinários das pensões.

Apesar de ser “compreensível o desejo” das famílias para “proteger os seus pais, os seus avós e mesmo os seus vizinhos”, é “inadmissível que, a partir desta justa preocupação, se pretenda a segregação dos idosos e a limitação dos seus direitos e liberdades”, afirmou Jerónimo de Sousa na abertura de uma sessão pública, através das redes sociais, sobre o “Combate ao vírus e defesa dos direitos dos reformados, pensionistas e idosos”, a partir da sede nacional do partido, em Lisboa. Esse é, acrescentou, “um equivoco”, sem “qualquer sustentação legal”.

Para o líder dos comunistas, é “preciso contrariar” concepções do envelhecimento como um “fardo social”, defendida pela presidente da comissão europeia, de que “os contactos dos idosos com outras pessoas teriam de ser limitados até ao final do ano”.

“A vida dos mais idosos não pode ficar suspensa perante o surto epidémico”, afirmou ainda Jerónimo de Sousa que prometeu “um combate sem tréguas às desigualdades sociais e à pobreza entre idosos”.

Depois, lembrou que por proposta do PCP, alcançou-se, no Orçamento do Estado de 2020, um aumento extraordinário nas pensões entre seis a 10 euros, que será pago em Maio.

“Valorizamos a concretização neste mês de Maio, do aumento extraordinário das reformas que abrange um milhão e oitocentos mil reformados e pensionistas, que foi possível pelo quarto ano consecutivo pela determinação do PCP e pela luta dos reformados e das suas organizações específicas por melhores pensões e condições de vida dignas”, disse.

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