Produção na construção desceu 0,6% em Março mas emprego manteve subida

Dados divulgados esta segunda-feira pelo INE mostram os primeiros efeitos da pandemia de Covid-19.

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Emprego no sector subiu 0,9% em Março, quando no mês anterior o crescimento tinha sido de 1,5% Sara Jesus Palma

O índice de produção na construção passou de um aumento de 0,9% em Fevereiro para uma diminuição de 0,6% em Março, divulgou esta segunda-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

No boletim em que acompanha a evolução mensal deste índice, o INE detectou os primeiros impactos da pandemia de Covid-19, não só pela travagem na produção do sector, mas também nos índices de emprego e de remunerações, que desaceleraram face ao mês anterior, mas mantiveram a trajectória de crescimento.

O emprego no sector aumentou 0,9% e o índice de remunerações aumentou 1,1% - estes índices cresceram 1,5% e 4,5% no mês anterior.

Houve também uma travagem – que as estatísticas do INE reflectem na inversão da tendência de crescimento – que teve a mesma expressão tanto no segmento da construção de edifícios como no segmento de engenharia civil (mais usada nas obras públicas). Ambos contraíram 0,6%. Os gráficos divulgados pelo INE mostram que o ponderador do segmento dos edifícios (60) tem mais peso do que o de engenharia civil (40). 

Ao contrário de outros sectores de actividade, a construção nunca chegou a parar completamente. Apesar dos apelos iniciais do sindicato de construção a pedir a paragem de todas as obras, e exortando os donos de obras públicas a paralisar as frentes de obra que tivessem no terreno, os constrangimentos iniciais acabaram por ir sendo minimizados, e as obras continuaram.

O sector acabou por ir absorvendo mais mão-de-obra, sobretudo com as associações de empresas e o sindicato a referirem-se aos muitos trabalhadores que estavam a regressar de países europeus onde a construção ficou paralisadas, nomeadamente em Espanha. 

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