Lucro da EDP Renováveis sobe 2% com menos impostos

Receitas caíram 7% no primeiro trimestre face a igual período de 2019, para 487 miilhões de euros

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EDP Renováveis manteve, nos primeiros três meses, a estratégia de venda de alguns activos Rui Gaudencio

O resultado líquido da EDP Renováveis registou um aumento de 2% no primeiro trimestre, “beneficiando”, como adianta a empresa, de “um menor lucro tributável”. O resultado líquido atingiu assim os 62 milhões de euros, segundo o comunicado enviado esta quinta-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A EDP Renováveis (detida em 83% pela EDP) refere que a carga fiscal do primeiro trimestre (IRC e impostos diferidos, que incluem 3,5 milhões de euros associados a contribuições extraordinárias sobre o sector energético) foi menor em cerca de 72%, passando de 38,3 milhões para 10,8 milhões.

Nos primeiros três meses do ano, as receitas caíram 7%, para 487 milhões de euros, em parte devido à venda de parques eólicos, que reduziram a capacidade instalada da empresa, e também de menores recursos eólicos; efeitos que combinados resultaram em diminuições de 61 milhões de euros nos proveitos face ao homólogo.

Estas quebras foram parcialmente compensadas com preços de venda mais elevados e efeitos cambiais positivos, que resultaram em acréscimos de 27 milhões de euros aos proveitos.

Os custos operacionais aumentaram em 7%, para 172 milhões de euros, resultando num lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) de 340 milhões de euros (dos quais, quase metade, 159 milhões, provenientes da América do Norte) 12% abaixo do verificado no ano anterior.

Em Março de 2020, a dívida líquida da EDP Renováveis tinha caído 120 milhões de euros face a Dezembro, totalizando 2683 milhões de euros, em parte graças à venda de activos, tendo-se reduzido também ligeiramente o custo médio da dívida.

Em termos operacionais, a empresa, que tem activos operacionais com uma potência instalada de 11,2 gigawatts (GW), produziu menos 8% de electricidade face a 2019 (num total de 7761 Gigawatts hora), essencialmente devido às quebras no Brasil (menos 49%) e na Europa (menos 20%), já que na América do Norte se verificou um crescimento de 5%.

Nos últimos 12 meses, a EDPR construiu uma capacidade de 827 MW (megawatts), incluindo a participação de 50% num portfólio de 278 MW de energia solar nos EUA.

Relativamente às vendas, na Europa, os valores gerados caíram 18%, para 237 milhões de euros, e, no Brasil, recuaram 46%, para 7,7 milhões de euros. Nos Estados Unidos, México e Canadá as vendas atingiram 193 milhões de euros (mais 12%). Em Portugal, as vendas de electricidade caíram 16%, para 64 milhões de euros.

Isto apesar de os preços médios de venda terem subido na Europa e no Brasil, ao contrário do que sucedeu na América do Norte. Em termos médios, o preço de venda por Megawatt hora no primeiro trimestre foi de 56,2 euros (mais 0,4%). No caso de Portugal, foi de 90 euros (menos 1% face a 2019).

A empresa, que tinha em 31 de Março último 1543 trabalhadores, mais 8% do que um ano antes, revela que os custos financeiros líquidos diminuíram 16%, para 80 milhões de euros.

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