Metro de Lisboa avança com obra da linha circular

Investimento está orçado em 48,6 milhões de euros e visa a construção da futura ligação entre a estação do Rato e a estação de Santos. Aguarda ainda visto do Tribunal de Contas.

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Metro de Lisboa Pedro Fazeres

Está dado mais um passo para a concretização da polémica expansão do Metropolitano de Lisboa. Foi assinado esta quarta-feira o contrato da primeira empreitada de prolongamento das linhas amarela e verde (Rato – Cais do Sodré), que dará origem a uma linha circular, informou a empresa de transporte público em comunicado. Este primeiro contrato visa a execução dos toscos, isto é, o esqueleto da futura ligação entre a estação do Rato e a estação de Santos. 

A adjudicação da empreitada à empresa Zagope - Construção e Engenharia, S.A. tinha sido conhecida em meados do Abril, mas só agora foi formalizada. O investimento está orçado em 48,6 milhões de euros (acrescido de IVA) e aguarda visto do Tribunal de Contas. Após o aval do tribunal tem um prazo de execução de 960 dias. 

O lote 2 do programa de expansão, que visa a ligação entre a futura estação Santos e o Cais do Sodré, está neste momento em concurso público internacional, sendo a data limite para a apresentação de propostas 23 de Maio de 2020.

A expansão do metro de Lisboa tem-se revestido de polémica, com diversas vozes críticas, entre especialistas e oposição, a oporem-se ao avanço desta obra, que transformará a linha verde numa linha circular. São várias as razões apontadas: o aumento do tempo de espera, ao invés de tornar mais fluida a circulação, como o Governo defende, ou o facto de um investimento tão avultado — cerca de 276 milhões de euros — vir apenas a beneficiar a baixa da cidade (e futuros empreendimentos), onde já há vasta oferta de transporte público. 

Em Março, foi aprovada na Assembleia da República uma alteração ao Orçamento do Estado para 2020, na especialidade, para a suspensão do projecto de construção da linha circular do Metro de Lisboa, o que motivou protestos do PS e do Governo. No entanto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, entendeu que o Parlamento apenas formulara uma recomendação, sem suspender qualquer decisão administrativa. 

O processo avançou com o Governo a determinar, no início de Abril, que o Metropolitano de Lisboa deve concretizar o plano de expansão da rede, incluindo o prolongamento das linhas Amarela e Verde, e a aquisição de material circulante, porque são investimentos “urgentes e críticos”, segundo um despacho do ministro do Ambiente, João Matos Fernandes.

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