Ministra da Saúde sobre 13 de Maio: celebração com regras sim, peregrinação não

Marta Temido diz que o 13 de Maio pode acontecer, se a Igreja quiser, mas sem peregrinação. Explicação surge depois de uma entrevista da ministra que surpreendeu a própria Igreja, que já tinha decidido optar por uma celebração sem fiéis.

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Fátima PAULO PIMENTA/Arquivo

A Igreja Católica portuguesa poderá, se quiser, encontrar uma forma de celebrar o 13 de Maio, em Fátima, desde que respeitando normas de distanciamento entre fiéis. O que não poderá acontecer, disse este domingo a ministra da Saúde, é a tradicional peregrinação que leva pelas estradas milhares de pessoas ao Santuário.

As explicações de Marta Temido foram feitas este domingo na conferência de imprensa diária com a Direcção-Geral da Saúde, depois de, no sábado, em entrevista à SIC, Marta Temido ter admitido a possibilidade de haver celebrações no 13 de Maio, desde que cumpridas determinadas regras sanitárias – à semelhança do 1.º de Maio organizado pela CGTP. As declarações surpreenderam a própria Igreja, que já tinha decidido optar por uma celebração sem fiéis.

“O que o Ministério da Saúde pretendeu explicitar ontem [na entrevista à SIC] é que há uma diferença entre peregrinos e celebrantes”, disse Marta Temido, depois de ser questionada sobre o assunto pelos jornalistas. Das declarações deste domingo fica implícito que é possível haver uma celebração com fiéis presentes, desde que seguindo regras de distanciamento – o que não será possível é a habitual peregrinação rumo ao Santuário.

Marta Temido lembra que a Igreja “há muito definiu, e com grande prudência, que este ano não haveria peregrinos no Santuário de Fátima” para assinalar o 13 de Maio.

Este domingo, em declarações ao PÚBLICO antes deste esclarecimento de Marta Temido, a diocese de Leiria-Fátima disse que foi “surpreendida” pelas declarações da ministra à SIC. “Fomos apanhados desprevenidos e estamos a avaliar a situação no sentido saber o que é possível”, disse o chefe de gabinete do bispo de Leira-Fátima. 

“Fomos todos surpreendidos e temos de esclarecer tudo. Não sabemos mais do que todos os portugueses ouviram ontem”, disse o padre Vítor Coutinho, referindo que existirão reuniões internas para debater o tema. “Existem muitas coisas a ponderar. Hoje não haverá uma decisão pública sobre o assunto”, acrescentou.

O bispo de Leiria-Fátima, António Marto, referiu em Abril que o cancelamento das peregrinações era “um acto de responsabilidade pastoral e também um profundo acto de fé” e que não poderia permitir que o santuário se transformasse num “foco de contágio”. Por isso, a Igreja Católica optou por celebrações em espaço fechado, sem fiéis.

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