Covid-19: Museus devem reabrir “com regras claras de higiene e segurança”

A Associação Portuguesa de Museologia (APOM) apresentou uma lista de recomendações ao Ministério da Cultura tendo em vista o regresso progressivo da actividade cultural em Maio.

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Daniel Rocha

Os museus, monumentos, palácios e centros interpretativos do país “devem reabrir ao público com regras claras de higiene e segurança”, no contexto da pandemia covid-19, defendeu esta quarta-feira a Associação Portuguesa de Museologia (APOM).

Esta posição foi manifestada pela associação numa carta enviada na terça-feira à noite ao Ministério da Cultura, na sequência do anúncio da reabertura progressiva de alguns sectores de actividade, em Maio próximo.

Contactado pela agência Lusa, o presidente da APOM, João Neto, disse que é “essencial garantir condições de segurança para o público e os trabalhadores destes espaços” do património cultural do país. “Temos de estar preparados para todas as situações, e o Ministério da Cultura ou o Ministério da Saúde devem criar normas uniformes para todos”, reiterou o responsável, referindo-se não só aos museus, mas também a palácios, monumentos, sítios arqueológicos, instituições que preservam espécies vivas, centros interpretativos e centros de ciência viva de todo o território nacional.

A carta da APOM com este apelo ao Ministério da Cultura surge na sequência de uma reunião realizada no dia 25 de Abril, no Palácio de Belém, na qual o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ouviu vários agentes culturais.

“Todos os espaços culturais, sejam públicos ou privados, devem seguir as mesmas directrizes”, disse o presidente da APOM, que apelou ainda a uma “reabertura gradual, para o público sentir confiança e segurança”.

“Para isso, gostaríamos que a reabertura gradual dos espaços tivesse em linha de considerarão os efeitos do surto pandémico, por cada região do país, assim como a disposição de recursos humanos, na relação directa das áreas de trabalho ou de visita por metro quadrado, distanciamento social, higiene e desinfestação sanitárias”, propõe. Neste sentido, “o regulamento deverá estar bem visível para todo o púbico visitante, transmitindo bons níveis de confiança e segurança, durante a visita”.

Perante esta nova “grave realidade”, João Neto defende que se garanta o distanciamento social, o uso obrigatório de máscaras de protecção e de luvas nos espaços onde existam sistemas tecnológicos interactivos e de outros cujo manuseamento seja efectuado manualmente.

Também recomenda o reforço da limpeza e da higienização, durante os horários de abertura ao público, principalmente, nos espaços de atendimento bilheteira, loja e cafetaria , através de usos de barreiras ou de acrílicos protectores, e o uso obrigatório de máscara e luvas de protecção. “Se um visitante aparece sem máscara deve-lhe ser proibida a entrada, ou então estes espaços serem autorizados a vendê-las”, sugere.

Relativamente às actividades museológicas e iniciativas culturais, a desenvolver no quadro pandémico, a APOM considera ser necessária uma nova forma de actuação no que diz respeito à marcação, a partir de agora mais controlada, de visitas. “Durante este período conturbado, entendemos também que em algumas situações e, por decisão dos directores das instituições culturais, alguns espaços de visita possam ser encerrados em abono da segurança e saúde dos visitantes”, ressalva.

Por outro lado, João Neto alerta para a necessidade de garantir a continuação dos projectos de investigação, exposição, conservação e divulgação, “em cumprimento legal com a contratualização de serviços prestados por empresas e fornecedores, entre outros agentes culturais, evitando desta forma o desemprego no sector profissional, directa ou indirectamente, ligados à cultura”.

A APOM pede ainda a atenção da tutela para a protecção dos trabalhadores a recibos verdes nestes espaços.

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