Património Cultural propõe classificação do Mosteiro de Coz como monumento nacional

A igreja encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1946.

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Karstenkascais

A Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC) vai propor ao Governo a classificação do Mosteiro de Coz, em Alcobaça, como Monumento Nacional, contando já com a concordância da secção responsável do Conselho Nacional de Cultura.

O processo está agora em consulta pública, com a duração de 30 dias, mediante marcação prévia, na DGPC, segundo um anúncio publicado nesta quarta-feira em Diário da República.

Em causa está a ampliação da classificação da Igreja de Santa Maria de Coz, a reclassificação como Monumento Nacional e a redenominação para Igreja e parte do antigo dormitório e restantes dependências do Mosteiro de Santa Maria de Coz.

O projecto de reclassificação do Mosteiro de Santa Maria de Coz para a categoria de Monumento Nacional tem sido desenvolvido pelo município de Alcobaça ao longo de mais de uma década e com particular incidência nos últimos quatro anos.

Localizado na União das Freguesias de Cós, Alpedriz e Montes, no concelho de Alcobaça, distrito de Leiria, o mosteiro remonta ao início do século XIII, época em que o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça adquiriu propriedades em Coz, para o então abade de Alcobaça, D. Fernando, iniciar um cenóbio, destinado a acolher mulheres (solteiras ou viúvas) que desejavam levar uma vida religiosa.

Alguns historiadores situam a sua fundação no ano de 1279 e defendem que o monumento se tornou, no século XVI, um dos mais ricos mosteiros femininos da Ordem de Cister em Portugal.

A Igreja e a Sacristia, com os seus anexos e alguns vestígios do dormitório e do celeiro, congregam ainda hoje, segundo a câmara de Alcobaça, “um notável conjunto de criações artísticas testemunhando, no seu esplendor artístico barroco, a riqueza da comunidade e a sua grandeza”.

A igreja encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1946.

Em 2014, a câmara e a junta de freguesia criaram um circuito turístico unindo este mosteiro ao de Alcobaça e defenderam junto da DGPC a abertura de um procedimento de ampliação da classificação do monumento, de forma a incluir a ala (em ruínas) do antigo dormitório “do Cardeal”.

A candidatura a Monumento Nacional foi submetida em 2015 ao Ministério da Cultura, tendo o procedimento de reclassificação sido aberto pela DGPC em Março de 2017.

Em simultâneo, a autarquia avançou para a aquisição da antiga propriedade monástica e desenvolveu uma primeira fase de recuperação e valorização do espaço urbanístico e paisagístico, demolindo as habitações adjacentes ao mosteiro.

Em 2016, promoveu a integração do mosteiro na Carta Europeia de Abadias e Sítios Cistercienses, que se dedica a partilhar e promover o património e o legado europeu da Ordem de Cister.

Nesse mesmo ano, o mosteiro foi reaberto ao público, estando o espaço a ser dinamizado pelo projecto de artesanato local COZ'AR e registando-se, segundo um comunicado da autarquia, “um aumento significativo de visitas”.

“Estas acções de envolvimento local foram particularmente sublinhadas pela Secção do Património Arquitecónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura, contribuindo para um parecer favorável desta, relativamente ao processo de reclassificação”, refere o comunicado.

Se concluído com sucesso, a Igreja de Santa Maria de Coz passará a ser o quarto Monumento Nacional do concelho de Alcobaça.

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