Portugal junta-se a seis países para pedir apoio “robusto” ao turismo no plano de recuperação

Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Chipre, Malta e Bulgária querem “um pacote de ajuda financeira robusto” para o turismo. Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, sugeriu ainda um envelope financeiro “que deverá incluir um programa para reactivação do transporte aéreo”.

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Turistas têm estado afastados dos locais onde tradicionalmente estavam multidões. Aqui, a Praça de São Marcos, em Veneza Reuters/MANUEL SILVESTRI

Portugal, juntamente com Espanha, Itália, Grécia, Chipre, Malta e Bulgária, subscreveu uma declaração na qual se destaca a necessidade de o plano de recuperação da UE que está a ser preparado pela Comissão Europeia para enfrentar os impactos económicos da Covid-19 contemplar “um pacote de ajuda financeira robusto” para o turismo.

Em comunicado, emitido após uma reunião informal de ministros e secretários de Estado do Turismo da UE que se realizou esta segunda-feira por videoconferência, o Ministério da Economia destaca que o documento defende também que haja “uma atenção especial para as regiões e territórios economicamente mais afectados pela Pandemia”, e que se estimule a mobilidade intra-europeia “apoiando as companhias aéreas e a definição de medidas sanitárias e de segurança comuns”.

Na reunião, em que Portugal que se fez representar pela Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, foi apresentada a ideia de criar o que se apelidou de “corredores turísticos” entre Estados-membros, tendo o ministro do turismo da Croácia (país a quem cabe a presidência europeia neste semestre), Gari Cappelli, realçado a importância de incluir epidemiologistas no processo de abertura de fronteiras.

A ideia destes “corredores turísticos”, de acordo com informações recolhidas pelo PÚBLICO, foi apresentada pela ministra do Turismo de Malta, Farrugia Portelli, e passa pela criação de circuitos de passagem para turistas entre territórios e regiões onde a situação pandémica esteja comprovadamente controlada e seja possível garantir a segurança dos viajantes. Pelo meio, houve quem questionasse a medida sustentando que seria muito difícil de implementar.

No encontro foi realçado a importância do turismo no mercado europeu, com o seu peso de 10% no PIB e responsável por 12% dos postos de trabalho, sendo que, de acordo com o comunicado que resultou desta reunião, “mais de três quartos das viagens internacionais feitas por cidadãos da União Europeia foram para outros países da UE”.

Portugal defendeu ainda, de acordo com o comunicado enviado pelo Ministério da Economia, “uma estratégia de recuperação de médio prazo com acções concretas” e “um envelope financeiro, que deverá incluir um programa para reactivação do transporte aéreo”.

Isto numa altura em que se aguarda para saber com que tipo de ajudas é que o Governo irá avançar junto da TAP, após a comissão executiva (e os accionistas privados) terem pedido garantias de Estado para se financiarem no mercado.

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