Covid-19. Mais 26 mortos e 595 novos casos de infecção. Número de recuperados também aumenta

Bastará um teste negativo para que doentes com covid-19 sejam considerados curados. Consultas retomadas com desafasamento de horários ao longo do dia. Mais 26 mortos em Portugal. Há 595 novos casos de infecção

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

Até este sábado, contavam-se em Portugal 880 vítimas mortais de covid-19 — mais 26 do que na sexta-feira, o equivalente a uma taxa de crescimento de 3%. Estes dados foram divulgados este sábado no boletim epidemiológico da Direcção-Geral da Saúde.

Desde o início do surto já se identificaram 23.392 ​​casos positivos. Desses, 595 foram identificados nas últimas 24 horas, o que corresponde a um aumento de 2,6% face aos números de sexta-feira. O número de doentes recuperados também aumentou: são agora 1277, mais 49 do que na sexta-feira​.

Na conferência de imprensa diária, a ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou que um único teste negativo será suficiente para considerar curado um doente com covid-19 cujo tratamento e acompanhamento tenha sido feito em casa. A nova norma da Direcção-Geral de Saúde, divulgada este sábado e que produzirá efeitos a partir do dia 28, altera o critério de cura para os doentes com covid-19 que tenham dispensado internamento hospitalar, determinando que um teste laboratorial negativo “realizado, no mínimo, 14 dias após o início dos sintomas” bastará para o considerar curado.

Para os doentes que estejam internados, o critério de cura continuará a exigir dois testes negativos com pelo menos 24 horas de diferença. Na conferência de imprensa desta manhã, a ministra da Saúde, Marta Temido, sublinhou que esta alteração surge em linha “com aquilo que outros países preconizam” para os doentes que não tenham precisado de ser internados. 

As consultas e outros actos de saúde vão ter que ser marcados com desfasamento de horários ao longo do dia e da semana, “o mais possível”, disse a ministra da Saúde. Marta Temido adiantou que se reuniu na sexta-feira com quase todos os hospitais públicos e com peritos e que a retoma da actividade normal, como consultas, cirurgias e exames de diagnóstico, vai ser “gradual e faseada”.

“Na última semana temos trabalhado intensamente na preparação de um eventual desconfinamento”, acrescentou a ministra. Mas a preparação que está a ser feita “não significa que o problema está ultrapassado”. “Apenas começamos a antecipar a luz ao fundo do túnel, mas ainda não lá chegamos”, sublinhou a governante, que antecipa desde já “que o progresso se construa com avanços e recuos”, e uma eventual reavaliação.

“No curto e médio prazo não vamos erradicar a doença”, reconheceu a ministra da saúde. “Temos que aprender a conviver com a SARS-CoV-2.”

A ministra da saúde afirmou ainda que esta preparação “não significa um regresso à normalidade”, que só será possível, nota, “quando uma vacina ou um tratamento efectivo forem encontrados”. E não dispensa — “antes exige” — o respeito por “todas as medidas de saúde pública”.

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