Turismo de Portugal cria selo de higiene para ajudar sector a recuperar clientes

Um dos objectivos do selo “Clean & Safe” (limpo e seguro) é “promover Portugal como destino seguro do ponto de vista de cuidados com a propagação do vírus”.

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Regras de higiene ajudam a instalar confiança na reabertura da actividade Nelson Garrido

O Turismo de Portugal anunciou esta sexta-feira a criação de um selo distintivo para o sector, que classifica, em inglês, um estabelecimento como sendo “Clean & Safe” (limpo e seguro). Este pode ser requerido, diz este instituto público responsável pela promoção turística, pelos empreendimentos turísticos, empresas de animação turística e agências de viagens “numa altura em que se prepara a retoma do sector”.

Este selo, diz o Turismo de Portugal, serve para “distinguir as actividades turísticas que asseguram o cumprimento de requisitos de higiene e limpeza para prevenção e controlo da covid-19 e de outras eventuais infecções, reforçando, assim, a confiança do turista no destino”.

Com validade de um ano, é opcional, e requer, de acordo com o comunicado emitido, “a implementação nas empresas de um protocolo interno que, de acordo com as recomendações da Direcção-Geral da Saúde, assegura a higienização necessária para evitar riscos de contágio e garante os procedimentos seguros para o funcionamento das actividades turísticas”.

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Selo pode ser pedido a partir de hoje

Este selo pode ser obtido já a partir desta sexta-feira nas plataformas digitais do Turismo de Portugal, após uma declaração de compromisso, e “estará sempre associado ao número de registo da entidade”.

Segundo este instituto, haverá “auditorias aleatórias aos estabelecimentos aderentes” de modo a confirmar que os requisitos são cumpridos, destacando que um dos objectivos principais é “promover Portugal como destino seguro do ponto de vista de cuidados com a propagação do vírus”. A ideia, refere-se, é alargar “brevemente” o universo a outras áreas de actividade.

Esta semana, na sequência da reunião que houve terça-feira entre agentes do sector e o primeiro-ministro (bem como o ministro da Economia e a secretária de Estado do Turismo), a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (Ahresp) realçou que o processo de reabertura dos estabelecimentos depende da criação “de regras específicas nas áreas da saúde, higiene e segurança”, além de apoios às empresas.

De acordo com esta associação, vai ser criado “um selo distintivo, que indicará que as regras de funcionamento estão em conformidade com as disposições legais” ligadas a um guia de boas práticas, de modo a “transmitir confiança aos consumidores”.

Retoma do sector será “a mais lenta”

Esta quinta-feira, no âmbito de um seminário sobre o sector promovido online pela Deloitte, a secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, realçou a importância de instalar “confiança” nos turistas. Avançou ainda que já estavam a ser preparados os meses de Junho e de Julho para que os empresários possam começar a agir e que as expectativas, “realistas”, apontam para perdas da ordem dos 50% face ao ano passado.

Dois dias antes, no Parlamento, o ministro de Estado e da Economia já tinha afirmado que a retoma no turismo “vai ser a mais lenta” entre os vários sectores de actividade. O turismo, segundo adiantou aos deputados da Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, “vai ser muito afectado no imediato”, devido “à retracção das pessoas em viajar e realizar eventos” devido aos receios provocados pela covid-19.

Durante “um ano, dois anos” estimou, os níveis de actividade turística “vão ficar abaixo do que nos habituámos”, perspectivando que “no próximo ano” possa haver sinais de retoma”.

Portugal, defendeu, pode beneficiar da percepção de ser um “destino seguro”, seja do ponto de vista da segurança física como também da segurança sanitária. Esse, sublinhou, será “um factor que os viajantes vão valorizar muito”

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