Covid-19: 11 empresas de têxtil em Portugal produzem máscaras validadas pelo Citeve

Das 11 empresas testadas e validadas pelo Centro Tecnológico das Indústrias do Têxtil e do Vestuário (Citeve), cinco produzem máscaras reutilizáveis. Uma das empresas tem já disponíveis máscaras para venda online.

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A lista de empresas é actualizada diariamente LUSA/JOSÉ COELHO

O Centro Tecnológico das Indústrias do Têxtil e do Vestuário (Citeve) disponibiliza uma lista de empresas portuguesas de têxtil que produzem máscaras testadas e validadas, nomeadamente máscaras de uso comunitário que, quando as medidas de confinamento forem levantadas, a população deve usar em espaços fechados​, como por exemplo nos transportes públicos, farmácias e supermercados.

Oasipor - Medicalwear, Quotidiandiversity, Dehora - Indústria de Calçado, Textilobo - The Textile Company, Vieira Pocargil, Estamparia Têxtil Adalberto Pinto da Silva, Bordimp, Cores Doutrora, Daily Day Studios, Digit All e Location Available, são as 11 empresas presentes na lista do Citeve. Entre elas, produzem máscaras clínicas tipo I (para profissionais de saúde), profissionais (de nível 2) e de uso geral (de nível 3). O director-geral do centro, António Braz Costa, afirma que a lista será actualizada diariamente.

Das 11 empresas até agora verificadas, apenas cinco têm à venda máscaras reutilizáveis: Estamparia Têxtil Adalberto Pinto da Silva e Quotidiandivertisy disponibilizam máscaras reutilizáveis profissionais de nível 2; Daily Day Studios, Digit All e Location Available, têm disponíveis máscaras de uso geral, de nível 3. 

As máscaras de nível 2 destinam-se a profissionais que, não sendo da área da saúde, estão em contacto com um elevado número de pessoas. Este material apresenta uma capacidade de filtragem de partículas de 90%. As máscaras de uso geral, ou máscaras comunitárias, têm uma capacidade de retenção de partículas de 70%.

Segundo o director-geral do centro tecnológico, as máscaras “têm de proteger quem as utiliza e as pessoas que estão à volta”. Devem ainda “ter capacidade de retenção de partículas" e também “permitir conforto respiratório”. Neste sentido, o Citeve criou o selo “Máscaras COVID-19 - Aprovado” para ajudar os consumidores e produtores a distinguir os produtos e matérias-primas que foram testados e validos pelo centro.

Entre as empresas que foram aprovadas pelo centro tecnológico, a Daily Day Studios, baseada no Porto, já tem máscaras à venda online — um conjunto de cinco máscaras custa 20 euros, com IVA incluído. O fundador da empresa, Filipe Prata, conta ao PÚBLICO que nos últimos dias tiveram muitas vendas. “Ou amanhã ou segunda vamos começar a expedir [estas encomendas] e estamos já a fechar contratos de grandes quantidades”, diz. O responsável garante estarem a fazer grandes investimentos e espera produzir 200 mil máscaras por semana.

Com estas encomendas, Filipe Prata espera poder regressar à normalidade económica da empresa. “Espero dizer amanhã ou segunda-feira que termina o layoff”, confessa, explicando que o regresso abrangeria 100% dos trabalhadores que se encontram nessa situação. No que diz respeito às medidas de contenção, garante estarem todas a ser cumpridas.

A pandemia de covid-19 obrigou a maioria dos países à produção interna de máscaras, que eram, maioritariamente, fabricadas na Ásia. A produção nacional era “completamente insuficiente para as necessidades”, disse ao PÚBLICO, no início de Abril, o director-geral do Citeve. 

Em conversa com o PÚBLICO, Braz Costa diz que, até ao final desta quarta-feira, as amostras de produtos, materiais ou matérias-primas para certificação, para máscaras e outros equipamentos de protecção individual, é “superior a 1300”. 

Texto editado por Pedro Esteves

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