Operadores avisam que transportes públicos podem entrar em ruptura sem novos apoios

Transdev e Arriva falam em queda de 90% das receitas. Elogiam o Governo, mas consideram que medidas para o sector são “manifestamente insuficientes”.

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Utilização de transportes públicos durante estado de emergência caiu drasticamente Sara Jesus Palma

Os grupos Transdev e Arriva alertaram esta quinta-feira que o sistema de transportes públicos pode entrar em ruptura face à covid-19, pedindo ao Governo novos recursos, medidas efectivas e um plano de acompanhamento.

“A redução de 90% das receitas, acompanhada da manutenção da infra-estrutura, serviços de apoio e postos de trabalho, todos essenciais à retoma que se seguirá, bem como as medidas de segurança sanitárias decretadas, resultam num défice insustentável no tempo e que poderão levar à ruptura dos sistemas de transporte do país”, apontaram a Transdev e a Arriva, num comunicado conjunto.

Assim, os dois grupos apelaram à concretização da alocação de “recursos e medidas efectivas” ao sector, à semelhança do que aconteceu em outros países da União Europeia, de modo a garantir a continuidade do serviço público de transporte e a sustentabilidade das empresas.

Por outro lado, sublinharam que a falta de um plano de acompanhamento “técnico, sanitário e económico para a mobilidade”, associado ao processo de retoma, vai originar “impactos insustentáveis” que poderão levar à falta dos utilizadores no transporte público.

No documento, as duas empresas reconheceram ainda os esforços que o Governo tem feito para enfrentar a crise provocada pelo novo coronavírus, embora notem que as medidas apresentadas para o sector são “manifestamente insuficientes”.

Os grupos Transdev e Arriva, que se dedicam ao serviço público de transporte de passageiros, contam com 3500 trabalhadores.

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