Taylor’s declara vinho do Porto vintage pelo terceiro ano consecutivo

Um vinho do Porto só é declarado vintage três vezes por década. Grupo diz que as condições para a produção foram “excelentes” e “excepcionais”.

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É a primeira vez que uma marca do grupo The Fladgate Partnership consegue a distinção três anos seguidos Nelson Garrido

A Taylor’s declarou esta quinta-feira 2018 como ano de vinho de Porto vintage clássico. É a terceira declaração consecutiva para a marca do grupo The Fladgate Partnership e um marco inédito na sua história secular.

Em comunicado enviado à agência Lusa, o grupo refere que “2018 produziu uma situação incomum, com a Taylor’s a declarar um vintage clássico, algo que nem a Fonseca nem a Croft vão fazer”, apesar de serem da mesma família empresarial.

O ano ofereceu “condições gerais excelentes” e no Douro Superior essas condições foram “excepcionais”, segundo disse o director-geral do grupo, Adrian Bridge. Nunca antes essa casa havia declarado três anos consecutivos vintage clássico.

“Como a Taylor’s é a única das nossas casas com uma extensa propriedade nessa parte do Douro, conseguiu fazer um vintage clássico. Todas as nossas propriedades são cultivadas de maneira a que todas as suas uvas possam ser transformadas em vinho do Porto vintage”, acrescentou.

Os vinhos do Porto Taylor’s têm origem nas quintas de Vargellas, em São João da Pesqueira, e nas quintas da Terra Feita e do Junco, no vale do Rio Pinhão, um afluente da margem direita do Rio Douro.

“O Douro Superior desfrutou da combinação de abundante água subterrânea e clima quente durante o Verão, o que muitas vezes produz magníficos vintages”, reforçou o director técnico de enologia do The Fladgate Partnership, David Guimaraens.

O enólogo explicou que dessa feliz combinação resultou “uma excelente maturidade fenólica, típica de um período de maturação quente, mas com maravilhosas camadas de fruta e uma acidez fresca que normalmente vemos em anos mais frescos”.

“Embora uma declaração clássica normalmente aconteça apenas três vezes por década, a sequência excepcional de anos fez com que a Taylor’s conseguisse fazer um terceiro vintage consecutivo”, nota Adrian Bridge, vincando que “isso é muito incomum”.

O responsável refere que o grupo apenas declara um vintage clássico “quando a qualidade está presente e isso é ditado pelo ano, e não por qualquer outra consideração. Atendendo à situação económica que vivemos, engarrafaremos os vinhos em Julho como de costume, mas apenas iniciaremos a sua comercialização no início de 2021”, informou. As empresas do grupo The Fladgate Partnership mantiveram-se activas longo desta crise sanitária e tem recebido encomendas.

O grupo informa ainda que a Fonseca lançará o Guimaraens Vintage 2018, o primeiro desta insígnia desde 2015. Adrian Bridge diz que o vinho tem “a mesma constituição e carácter que os Fonseca Vintages, mas com um estilo mais acessível e de maturação mais precoce”.

“Acredito que o 2018 seja um dos melhores exemplos recentes de um Guimaraens Vintage, com os seus ricos e densos frutos da floresta e taninos resistentes, mas optimamente integrados”, afirma David Guimaraens.

A Croft, outra marca do grupo, lançará um vintage de quinta a partir de sua histórica Quinta da Roeda. Segundo Adrian Bridge, “o Quinta da Roeda 2018 oferece a característica fruta madura e perfumada que são a apanágio dos vinhos da Roeda, juntamente com os taninos tensos e a frescura do ano”.

O grupo disse à Lusa que serão comercializadas 93.600 garrafas do vinho do Porto Taylor’s Vintage 2018, 56.400 do Guimaraens Vintage 2018 e 24 mil do Quinta da Roeda Vintage do mesmo ano.

A Taylor’s, a Fonseca e a Croft têm a tradição de anunciar a 23 de Abril, dia de S. Jorge, santo padroeiro de Inglaterra, se lançam um vinho do Porto vintage e, se sim, quais serão engarrafados.

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