Presidente do Malawi corta 10% no seu salário para combater covid-19

Peter Mutharika anunciou várias medidas, entre as quais um corte salarial a si próprio e ao seu gabinete.

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Peter Mutharika Reuters/Eldson Chagara

O Presidente do Malawi e o seu gabinete vão sofrer um corte salarial de 10% e o dinheiro será direccionado para a luta contra o coronavírus, afirmou no sábado Peter Mutharika, chefe de Estado do país africano, ao anunciar um pacote de estímulos num discurso na televisão estatal.

Mutharika anunciou uma série de medidas destinadas a reduzir o impacto da covid-19 nas pequenas e médias empresas, incluindo benefícios fiscais, uma redução dos preços dos combustíveis e um aumento dos subsídios de risco para os trabalhadores do sector da saúde.

Ordenou também a abertura dos mercados do tabaco e a autorização de operar sem perturbações para proteger os pequenos agricultores e reforçar as receitas em divisas estrangeiras. O tabaco é a principal fonte de moeda estrangeira deste país da África Oriental, vizinho de Moçambique.

“O ataque do coronavírus tem um enorme impacto negativo na economia e nas empresas em todo o mundo. Há muitos empresários e agentes do sector que têm dúvidas sobre a situação em curso. Sei que todos estão preocupados”, afirmou.

“Por conseguinte, o governo tomará medidas para proteger o emprego e os rendimentos, proteger as empresas e assegurar a continuidade da cadeia de abastecimento e a sobrevivência da economia”, acrescentou.

Entre outras medidas, Peter Mutharika deu instruções ao Banco de Reserva do Malawi para permitir que os bancos ofereçam uma moratória de três meses sobre os pagamentos de juros dos empréstimos às pequenas e médias empresas.

Ordenou também à autoridade de concorrência que institua um acompanhamento rigoroso dos preços e puna qualquer pessoa que os esteja a inflacionar sem motivos.

Os prestadores de serviços não essenciais, tanto da administração pública como do sector privado, vão começar já a trabalhar a partir de casa.

África com 8.500 casos

Na quinta-feira, o Malavi registou os seus três primeiros casos confirmados de infecção pelo novo coronavírus. No sábado, o número subiu para quatro.

O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 360 nas últimas horas num universo de mais de 8.500 casos registados em 50 países, de acordo com a mais recente actualização dos dados da pandemia naquele continente.

Segundo o boletim do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (CDC Africa), nas últimas 24 horas o número de mortes registadas subiu de 313 para 360 com as infecções confirmadas a passarem de 7.741 para 8.536.

O CDC África registou também 710 doentes recuperados após a infecção, mais 70 do que os registados no sábado.

O norte de África mantém-se como a região mais afectada pela doença com 3.837 casos, 255 mortes e 391 doentes recuperados.

Na África Austral, são 1.682 os casos registados da doença, que já provocou 14 mortes, tendo 51 doentes recuperado da infecção.

Na África Ocidental, há registo de 1.541 infecções, 45 mortes e 217 doentes recuperados.

A África do Sul é o país com mais casos confirmados da doença (1.585), registando nove mortes e 45 doentes recuperados.

Argélia (1.171 casos e 105 mortes), Egipto (1.170 casos e 71 mortes) e Marrocos (919 casos e 59 mortes) são outros países com números expressivos.

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