Algarve prevê um aumento de casos de covid-19 na Páscoa

Lar de Boliqueime tem 21 utentes infectados. Autoridades de saúde colocam sob reserva quase 700 camas em hotéis para alojar doentes em situação de quarentena.

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Duas dezenas de idosos de um lar de Boliqueime, no concelho de Loulé, tiveram resultado positivo para infecção pelo novo coronavírus LUSA/LUÍS FORRA

A região algarvia sinalizou 71 unidades hoteleiras com uma disponibilidade de oferta de 681 camas para acolher doentes ligeiros, em situação de quarentena. O reforço dos meios, justificou o presidente da Administração Regional de Saúde, Paulo Morgado, implica, também, “dispor de 77 pontos de ligação a ventiladores, mais que triplicando a capacidade actual”. A medida preventiva, anunciada esta sexta-feira em conferência de imprensa pelas autoridade de saúde e protecção civil, destina-se a enfrentar os piores cenários relacionados com a disseminação da covid-19.

São 164 os doentes infectados, onde se incluem 16 profissionais de saúde, um dos quais internados na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI). Nos lares e centros de dia, adiantou a delegada regional de Saúde do Algarve, Ana Cristina Guerreiro, “há duas situações” a causar preocupação. O lar da terceira idade, em Boliqueime, com 59 utentes, disse o presidente da câmara, Vítor Aleixo, acusou 21 casos positivos, 5 inconclusivos, e 33 negativos.

Os cenários apontam para um agravamento da situação e o serviço regional de Protecção Civil, em colaboração com os municípios e a ARS, colocou 1120 camas em pavilhões desportivos, escolas e outros equipamentos públicos para acolher utentes dos lares, em caso de necessidade. No mesmo sentido, a partir da próxima da semana, o pavilhão do Sporting Clube Farense, situado ao lado do hospital de Faro, vai ser adaptado a enfermaria, com mais 50 a 60 camas. 

Da Guiné-Conacri chegará este sábado ao aeroporto de Faro um avião com portugueses, um dos quais, piloto, encontra-se infectado. De acordo com o que está a ser preparado há três ou quatro dias em articulação com a Direcção-Geral de Saúde, disse Ana Cristina Guerreiro, o doente “vai directamente para o Hospital de Faro que fará a avaliação para saber se ficará internado”. No que diz respeito aos restantes passageiros, disse, “vamos articular as questões para que as pessoas sigam para as suas áreas de residência”.

Ainda em relação aos ventiladores, que estão a escassear um pouco por todo o lado, a presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), Ana Paula Gonçalves, disse que está previsto chegarem dez equipamentos alugados na próxima segunda-feira. A encomenda prevê mais 15, que não se sabe quando serão entregues. Os municípios algarvios foram os primeiros a anunciar a compra de 30 ventiladores para suprir as carências do Serviço Nacional de Saúde, disponibilizando uma verba de 1, 3 milhões de euros.

De acordo com o que estava contratualizado, já deveriam estar instalados. “Houve dificuldades, e não está ser fácil a entrega”, explicou o presidente da Comunidade da Comunidade Intermunicipal do Algarve-Amal, António Pina: “O preço, entretanto, já triplicou, e não sei se não será necessário um reforço de financiamento”. Cada aparelho tinha um custo de 12.900 euros, mas a Noruega fez uma oferta superior e o preço disparou para 35 mil euros.

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