Universidade do Minho assume que não haverá aulas até ao final do semestre

Instituição vai manter todos os cursos a funcionar em regime de ensino à distância até ao final de Junho. Restantes universidades e politécnicos ainda não tomaram decisões.

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Nelson Garrido

A Universidade do Minho é a primeira instituição de ensino a decidir que não retomará as aulas presenciais até ao final deste ano lectivo, devido à pandemia de covid-19. O reitor, Rui Vieira de Castro, anunciou esta segunda-feira que todos os cursos vão continuar a funcionar em regime de ensino à distância durante o que resta do segundo semestre.

Num despacho publicado na manhã desta segunda-feira, o reitor da Universidade do Minho assume que “face à evolução da pandemia, não são previsíveis condições que permitam retomar as actividades lectivas em regime presencial, em segurança, até ao final do semestre em curso”.

A decisão “pretendeu dar um quadro de estabilidade para os professores e para os estudantes”, justifica ao PÚBLICO Rui Vieira de Castro. O período lectivo será alargado até 27 de Junho – mais uma semana do que o inicialmente previsto –, “de forma a permitir uma gestão mais flexível do desenvolvimento” das disciplinas.

O que falta do segundo semestre do ano lectivo 2019/20 será assegurado em regime de ensino à distância, tal como tem vindo a ser feito o início do mês. A Universidade do Minho foi uma das primeiras instituições de ensino a suspender as aulas devido aos efeitos da pandemia de covid-19, uma solução que acabaria por ser depois generalizada pelo Governo a todas as instituições de ensino.

A decisão da Universidade do Minho é conhecida numa altura em que, no ensino básico e secundário, se começa a admitir um cenário de prolongamento das aulas à distância durante o terceiro período o que podia ter também efeitos no calendário de exames nacionais e acesso ao ensino superior.

O despacho do reitor da Universidade do Minho admite também que o início do ano lectivo 2020/21 poderá ser afectado pela pandemia. O novo calendário académico “será oportunamente fixado, em função da evolução” da situação sanitária. Também os exames podem vir a ser realizados à distância, se a situação sanitária não melhorar entretanto.

Aquela universidade anuncia também a criação de uma época de exames de recurso, até 18 de Julho, a que podem concorrer, “a título excepcional”, todos os estudantes que necessitarem de ser aprovados a alguma disciplina, “incluindo os estudantes que não tiveram oportunidade de acompanhar plena e regularmente as actividades lectivas”.

As restantes universidades ainda não tomaram decisões sobre a forma como decorrerá o que falta do segundo semestre lectivo. “Tudo dependerá daquilo que as autoridades de saúde e o Governo venham a decretar”, informa fonte da reitoria da Universidade Nova de Lisboa. A Universidade do Porto faz igualmente depender a solução das “orientações das autoridades competentes”.

Também o Iscte - Instituto Universitário de Lisboa “tomará as suas próprias decisões no momento próprio”, diz ao PÚBLICO a reitora, Maria de Lurdes Rodrigues, sublinhando estar “a desenvolver ensino à distância, com recurso a várias plataformas tecnológicas, cumprindo efectivamente os planos curriculares e a carga horária previstas nos seus cursos”. 

Por seu turno, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Pedro Dominguinhos, admite também que “não será possível voltar às aulas antes de Junho”. Os institutos politécnicos já tinham mostrado, na semana passada, abertura para “flexibilizar” a conclusão deste ano lectivo. A decisão dos politécnicos só não está ainda definitivamente tomada porque faltam definir soluções para as actividades que não podem ser desenvolvidas à distância, como estágios curriculares ou aulas laboratoriais.

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