IATA: Aviação perde 2,7 mil milhões de euros em Portugal

Para a IATA, as ajudas às empresas devem ser rápidas e assumir a forma de apoios financeiros directos, empréstimos e garantias, e apoios fiscais, para que as transportadoras consigam resistir ao embate.

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TAP é a maior companhia aérea no país. Em 2019, foi responsável por 17 milhões de viagens LUSA/JOSE SENA GOULAO

Este ano, o sector da aviação em Portugal, liderado pela TAP, deverá sofrer uma perda de três mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros) por causa do novo coronavírus e seus efeitos nas viagens.

A estimativa é da IATA, a associação que representa as companhias aéreas a nível mundial. De acordo com o comunicado enviado pela organização, deverão realizar-se menos 21,3 milhões de viagens envolvendo Portugal, com um impacto potencial de diminuição de 141 mil postos de trabalho (a IATA diz que por cada posto de trabalho criado no sector há implicações em outros 24 empregos) e perda de criação de riqueza de seis mil milhões de dólares.

Nesta altura, a TAP é uma das empresas que atravessa sérias dificuldades, e dificilmente sobreviverá sem apoios. Para se ter uma ideia das contas da IATA, em 2019 a TAP foi responsável por 17 milhões de viagens e teve 2,9 mil milhões de rendimentos com passageiros. Em termos de postos de trabalho, emprega nove mil pessoas.

No caso de Itália e de Espanha, as perdas para o sector sobe para 9,5 mil milhões e 13 mil milhões de dólares, respectivamente. O destaque a nível europeu, no entanto, vai para o Reino Unido e para a Alemanha, com os valores a dispararem para 21,7 mil milhões e 15 mil milhões de dólares, respectivamente.

A IATA tem divulgado vários comunicados desde o início da crise, com estimativas que se desactualizam rapidamente e com o objectivo de sublinhar os impactos da covid-19 no sector, ao mesmo tempo que pede diversos tipos de apoios. Esta é, no entanto, a primeira vez que avança com dados para Portugal.

Para a IATA, as ajudas às empresas devem ser rápidas e assumir a forma de apoios financeiros directos, empréstimos e garantias para empréstimos, e apoios fiscais, para que as transportadoras consigam resistir ao embate. Alguns países europeus, diz, já estão a agir, mas “é preciso fazer mais”. Nos EUA, está a caminho um enorme pacote de apoios às companhias aéreas.

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