Coronavírus: “Se os melhores não podem estar nos Jogos Olímpicos, não existem condições”

Luís Rocha, director técnico nacional da Federação Portuguesa de Vela, não acredita que seja possível realizar a qualificação europeia até 30 de Junho.

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Jorge Lima e José Costa já garantiram o apuramento Ricardo Pinto

Os primeiros sinais de que o Comité Olímpico Internacional (COI) começa a ceder chegaram no fim-de-semana, mas para já os Jogos Olímpicos (JO) de Tóquio mantêm-se nas datas previstas: abertura a 24 de Julho, encerramento a 9 de Agosto. No entanto, com a propagação da pandemia da covid-19 no mundo, alguns comités olímpicos (Canadá e Austrália) já anunciaram que se o COI mantiver as provas nas datas previstas, renunciam à presença no Japão. Em Portugal, o Comité Olímpico de Portugal (COP) pede “rapidez no anúncio do adiamento”, posição que é partilhada pela Federação Portuguesa de Vela (FPV), que coloca “sérias reservas que se podam realizar os Jogos Olímpicos”.

Com dois atletas já apurados para Tóquio (Jorge Lima e José Costa na Classe 49er), Portugal tem possibilidades de engrossar a comitiva olímpica com atletas nas classes Laser, Laser Radial, 470 e RS:X, mas Luís Rocha não acredita que seja possível realizar a qualificação europeia para os JO 2020.

Em declarações ao PÚBLICO, o Director Técnico Nacional da FPV explica que “a qualificação europeia estava marcada para meio de Abril, em Génova, e que essa prova tem que ser realizada até 30 de Junho”.

Com o cancelamento da prova em Itália, devido à propagação do covid-19, a Federação Internacional de Vela avançou com três possibilidades para se realizar a competição - Hyeres, em França; Medemblik, nos País Baixos; Kiel, na Alemanha -, mas Luís Rocha mostra-se céptico que isso seja possível: “Não me parece que vá ser fácil realizar em qualquer destes locais uma prova, já que esses países estão todos a fechar.”

Assim, “olhando para o quadro mundial”, o director técnico nacional diz ter “sérias reservas que se podam realizar os Jogos Olímpicos na data que estava marcada”. “Se os melhores não podem estar porque existe uma pandemia, não existem condições a não ser que exista uma evolução inesperada e positiva, o que infelizmente não parece que seja possível.”

Enquanto não há uma decisão final, Luís Rocha diz que os atletas portugueses “estão todos em casa, a fazer um plano de preparação física elaborado pela federação”. “Reformulamos os planos para os danos serem minorados”, concluiu.

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