Lena vive com os patrões e não vê os filhos. A difícil escolha das empregadas domésticas

Na missão de manter casas limpas, as empregadas domésticas ficam diante de uma difícil escolha: trabalhar e ficar exposta ao vírus? Ou seguir as recomendações de quarentena, mesmo que isso signifique faltar dinheiro no fim do mês?

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Adriano Miranda

Nestes últimos tempos, Lena tem recuado muitas vezes a 2008, ao início da última grande crise global. “Aquela crise entrou dentro da nossa casa, entrou dentro dos nossos bolsos, acabou com o nosso casamento.” A crise acabou-lhe com a família, como ela diz, e, ultimamente, esse cenário tem-lhe percorrido os pensamentos mais vezes do que gostaria. Por vezes, é como se voltasse a descer degraus na escada social e perdesse novamente a casa que tinha no Estoril perto da praia ou o lugar de destaque que ocupava numa empresa de navegação marítima, antes de ser despedida na sequência da crise de 2008. De repente, é como se se visse novamente sozinha, com os filhos a seu cargo, e sem saber bem o que fazer. Oxalá o desfecho trágico que Lena antecipa em cada família não se venha a concretizar, depois de a economia se libertar do novo coronavírus. 

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