Banco de Inglaterra baixa juros pela segunda vez esta semana

Bancos centrais reforçam, dia após dia, medidas de estímulo às economias. Máquinas de imprimir dinheiro estão a ser postas a funcionar a toda a velocidade

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Andrew Bailey assumiu a liderança do Banco de Inglaterra na passada segunda-feira LUSA/NEIL HALL

O Banco de Inglaterra decidiu esta quinta-feira, pela segunda vez no espaço de uma semana, baixar as taxas de juro de referência, anunciando ao mesmo tempo um reforço do seu programa de activos.

Depois do BCE e da Fed na quarta-feira, este é o mais recente caso de lançamento de estímulos de emergência por parte de um dos grandes bancos centrais mundiais, numa tentativa de mitigar os efeitos negativos que a pandemia do novo coronavírus está a ter na actividade económica e nos mercados financeiros. 

Com um corte de 0,15 pontos percentuais, a taxa de juro de referência do Banco de Inglaterra passou a ser agora de apenas 0,1%. 

E em relação ao seu programa de compra de activos, a autoridade monetária reforçou em 200 mil milhões de libras (cerca de 215 mil milhões de euros) o montante total das aquisições que irá fazer, atingindo assim um valor de 645 mil milhões de libras (cerca de 700 mil milhões de euros). A maior parte destas compras dizem respeito a dívida emitida pelo Tesouro britânico.

As medidas foram já adoptadas sob a liderança do novo governador do Banco de Inglaterra, Andrew Bailey, que tomou posse na passada segunda-feira. 

Este tipo de medidas destina-se a, através da compra de títulos de dívida pública nos mercados financeiros, a injectar grandes quantidades de dinheiro no sistema financeiro, na esperança de que este o faça depois chegar à economia real através da concessão de crédito barato. Este tipo de medidas serve também para estabilizar o ambiente nos mercados financeiros, que nos últimos dias têm vindo a registar fortes perdas nas bolsas e subidas da taxas de juro da dívida pública, algo que contribui igualmente para a deterioração da conjuntura. 

A decisão do Banco de Inglaterra foi anunciada poucas horas depois de o Banco Central Europeu, após uma reunião extraordinária do seu conselho de governadores, ter anunciado um reforço de 750 milhões de euros no seu programa de compra de títulos de dívida.

Para além das compras mensais de 20 mil milhões de euros que já estava a realizar antes da crise, e dos 120 mil milhões até ao fim do ano que tinha anunciado na semana passada, a entidade liderada por Christine Lagarde colocou a sua máquina de imprimir dinheiro a alta velocidade para responder ao enorme desafio colocado pela presente crise.

Esta quinta-feira, os mercados reagiram com uma descida das taxas de juro da dívida pública, que beneficiou também Portugal. No caso das bolsas, depois de uma subida nas primeiras horas da sessão, os mercados voltaram à tarde às perdas, embora mais moderadas do que em dias anteriores.

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