Caso positivo na Madeira não representa “transmissão comunitária”: veio do estrangeiro

Na região autónoma estão 238 pessoas sob vigilância, 45 deles devido a contacto com a turista holandesa que testou positivo. Dos 30 casos testados, 25 deram negativo e os restantes quatro aguardam resultados laboratoriais.

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Reuters/DUARTE SA

O caso confirmado de covid-19 numa turista holandesa na Madeira não representa “transmissão comunitária da doença” na região, garantiu nesta terça-feira à noite a vice-presidente do Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE) da Madeira, Bruna Gouveia.

“O que nós estamos neste momento a verificar é um primeiro caso positivo, em que não há ainda identificada qualquer transmissão da doença. Por isso não estamos ainda a falar de transmissão comunitária, nem transmissão local. O que vimos é um caso importado da doença: uma cidadã proveniente de um país que já vinha com a infecção na sua fase desenvolvimento e que apresentou sintomas apenas quando chegou à Madeira”, esclareceu, durante uma conferência de imprensa no Funchal.

Para Bruna Gouveia, a situação epidemiológica na região autónoma é, por isso, “um pouco diferente daquela que existe em Portugal continental": na Madeira há um caso identificado importado, enquanto no continente “há várias cadeias de transmissão, casos importados que deram origem a outros casos e, essa sim, é uma fase de necessária mitigação do impacto, mas o objectivo é sempre quebrar cadeias de transmissão”.

A responsável revelou, na conferência de imprensa de balanço da situação da pandemia covid-19 no arquipélago, que dos 30 casos testados, 25 deram negativo, um positivo e quatro aguardam os respectivos resultados laboratoriais. O caso positivo é uma turista holandesa de 61 anos que se encontrava alojada num hotel no Funchal. Das quatro pessoas que aguardam resultados laboratoriais, duas são turistas (finlandesa e paquistanesa) e duas são residentes na Madeira com ligações epidemiológicas a zonas com transmissão.

A vice-presidente do IASAÚDE adiantou ainda que o total dos contactos em vigilância activa pelas autoridades de saúde é hoje de 238 pessoas, onde se incluem 45 contactos associados ao caso da turista holandesa.

O delegado de Saúde do Funchal, Maurício Melim, revelou que “o relatório clínico das 17h45 [da turista holandesa] indica que a doente está clinicamente bem” e que os resultados das análises às 18 pessoas que estiveram mais próximas da doente deverão ser conhecidos até à meia-noite. Indicou ainda que dos 126 hóspedes que se encontravam no hotel onde estava alojada a turista holandesa, já saíram 22 pessoas (12 pessoas de nacionalidade sueca e 10 holandeses).

Sobre os nove funcionários das 18 pessoas que contactaram de forma mais próxima com a turista, Maurício Melim disse que “estão bem”. “Há uma pequena situação pouco relevante num trabalhador que tem impressão na garganta. As outras oito estão bem e sem sintomas”, revelou. Os 104 hóspedes que ainda se mantêm no hotel serão “paulatinamente” analisados, acrescentou o delegado de saúde.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde elevou hoje número de casos confirmados de infecção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país. Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em unidades de cuidados intensivos.

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