Petróleo recua para mínimos de Março de 2004

Os analistas estimam que a guerra de preços possa levar à desvalorização do “ouro negro” para cerca de 20 dólares por barril

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Reuters/Jessica Lutz

O preço do barril de petróleo Brent, referência para a economia portuguesa, continuou hoje a afundar-se, tendo caído para 30,34 dólares, menos 10,3% que na sexta-feira e um mínimo desde Março de 2004.

No início da sessão, o Brent para entrega em Maio cotava-se a 31,86 dólares, mas ao meio-dia recuava já 10,3% face a sexta-feira.

O petróleo do mar do Norte, de referência na Europa, tem sofrido fortes quedas nas últimas semanas devido ao receio dos investidores de um brusco recuo da procura resultante das restrições de movimentos, voos e actividades produtivas e empresariais como consequência da pandemia de covid-19 e da guerra de preços lançada pela Arábia Saudita.

Na semana passada, os preços do “ouro negro” afundaram-se na sequência da decisão saudita, o maior produtor de petróleo do mundo, de baixar o preço das suas exportações, e da pandemia da covid-19.

A queda do petróleo ocorreu depois da aliança entre a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Rússia e outros nove produtores ter fracassado em 6 de Março em Viena, pela primeira vez desde que se tinha constituído em 2016, ao não chegar a um acordo sobre um novo corte da oferta conjunta de petróleo.

Um dia antes, a OPEP tinha acordado por unanimidade a iniciativa da Arábia Saudita de retirar do mercado 1,5 milhões de barris por dia para travar a queda da procura provocada pelo novo coronavírus.

Os analistas estimam que a guerra de preços possa levar à desvalorização do “ouro negro” para cerca de 20 dólares por barril, a menos que os sauditas e os russos voltem a negociar.

A OPEP estima que este ano o total da procura de petróleo não ultrapasse, como tinha calculado, a barreira psicológica dos 100 milhões de barris diários, mas que fique numa média de 99,73 milhões de barris.

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