Coronavírus: Infarmed garante que não há dados que confirmem relação com ibuprofeno

A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde sublinha que os doentes devem manter o tratamento.

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Infarmed e Direcção-Geral da Saúde garantem que não há dados que confirmem a relação entre a toma de ibuprofeno e o agravamento da infecção pelo novo coronavírus Miguel Manso

O Infarmed insiste que não há dados científicos que confirmem a relação entre qualquer agravamento da infecção pelo novo coronavírus e a toma de ibuprofeno e diz aos doentes que devem manter o tratamento.

Em comunicado, a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) reafirma o que a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse no domingo e sublinha: “Não há motivo para os doentes que se encontrem em tratamento com os referidos medicamentos [ibuprofeno ou outros anti-inflamatórios não esteróides] o interrompam.”

O Infarmed diz que a possível exacerbação das infecções, na generalidade, e a toma de ibuprofeno estão a ser avaliadas na União Europeia, no Comité de Avaliação de Risco de Farmacovigilância da Agência Europeia do Medicamento (EMA), e que a avaliação deverá estar concluída em Maio.

“Espera-se que esta análise, cuja conclusão se aguarda em Maio de 2020, permita esclarecer se existe uma associação entre a toma de ibuprofeno e a exacerbação das infecções. Dado que o ibuprofeno é utilizado para tratar os sintomas iniciais das infecções, será extremamente complexo determinar esta relação”, explica a nota. Assim, acrescenta o Infarmed, “não há motivo para os doentes que se encontrem em tratamento com os referidos medicamentos o interrompam”.

A Autoridade Nacional do Medicamento recorda ainda que o tratamento sintomático da febre “deve ser realizado através do uso de paracetamol como primeira alternativa”, mas sublinha que “não há evidências para contra-indicar o uso de ibuprofeno”. “Os dois medicamentos devem ser utilizados com base na informação constante do Resumo da Características do Medicamento e Folheto Informativo”, adianta.

O Infarmed aconselha os doentes a respeitarem sempre as indicações dos seus médicos assistentes no uso racional dos medicamentos prescritos.

Esta nota do Infarmed surgiu depois de, no fim-de-semana, numa publicação nas redes sociais, o ministro da Saúde francês, Olivier Véran, ter desaconselhado a ingestão de medicamentos anti-inflamatórios, como o Brufen, uma vez que poderiam agravar a infecção dos doentes infectados pelo novo coronavírus, que provoca a covid-19.

Em Portugal, os dados mais recentes indicam que há 245 casos confirmados de covid-19 e que 149 doentes estão internados, 18 dos quais em cuidados intensivos. Há duas pessoas já dadas como recuperadas.

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