Coronavírus. Seis turmas, professores e funcionários de duas escolas da Amadora em isolamento

Professora infectada deu aulas na semana anterior a ser internada com sintomas do novo coronavírus. Professores e assistentes operacionais que estiveram em contacto com a docente também vão ficar em casa.

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Paulo Pimenta/Arquivo

Cinco turmas da Escola Básica 2/3ºRoque Gameiro, na Amadora, e uma da Escola Secundária da Amadora, que tiveram aulas com uma professora que foi contagiada com o novo coronavírus, vão ficar em “isolamento social” até dia 13, em casa. Também os professores e assistentes operacionais que estiveram em contacto com a docente vão ficar em casa, informa um comunicado do agrupamento.

A professora esteve de férias em Milão na semana passada, tendo dado aulas nos dias 27 e 28. Ao regressar, e ainda sem sintomas, a professora ligou para a SNS24, informação confirmada pela escola e também por Mário Durval, delegado de Saúde Regional de Lisboa e Vale do Tejo. Esta semana já não foi à escola e ontem foi confirmado que foi infectada pelo novo coronavírus – está internada no Hospital Curry Cabral, em Lisboa. Ao PÚBLICO o delegado indicou que este é o procedimento normal, só quando a pessoa apresenta sintomas é que deixa de trabalhar. 

Os alunos e funcionários que vão ficar em isolamento em casa serão contactados diariamente pelas autoridades de saúde, por telefone, para monitorizar o seu estado de saúde.

Segundo um pai de um aluno explicou ao PÚBLICO, os encarregados de educação foram contactados para uma reunião de emergência esta quinta-feira.

A situação foi confirmada também pela directora-geral da Saúde. Em declarações à RTP, Graça Freitas afirmou que ontem à noite foram logo contactados os familiares da paciente e a escola. Quantos aos alunos, estes “ficarão em isolamento profiláctico voluntário”, isto é, 14 dias “desde a data do ultimo contágio”. 

Filinto Lima, da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas, contacto pelo PÚBLICO, disse apenas que todas as escolas estão a seguir as orientações da DGS.

Também em Alverca, há pais preocupados com a possibilidade de contágio depois de terem tomado conhecimento de que o filho de um dos doentes infectados pelo novo coronavírus frequenta a creche do Colégio José Álvaro Vidal da Fundação CEBI (Fundação para o Desenvolvimento Comunitário de Alverca). A informação foi confirmada ao PÚBLICO pela fundação, que garante que a mulher e o filho do doente estão sob vigilância conforme as orientações da DGS. 

O gabinete de comunicação da fundação confirmou que foram implementadas as recomendações da DGS e “partilhadas com todos os encarregados de educação”. Adicionalmente, foi reforçada a “higienização dos espaços de utilização comum de alunos e colaboradores, em particular os equipamentos de maior contacto, como as mesas, os puxadores de porta e sanitários”. A fundação aconselha a todos que estejam atentos a possíveis sintomas e que, na dúvida, liguem ao SNS 24 (808 24 24 24).

O coronavírus em Portugal

Portugal registou, até agora, nove casos da covid-19. Os nove infectados com o vírus Sars-CoV2 têm idades entre os 30 e os 60 anos, oito homens e uma mulher. Cinco deles são do Porto, três de Lisboa e um de Coimbra. O mais recente caso é de um homem de 42 anos que está Curry Cabral, em Lisboa.

Dos nove casos, seis foram importados — ou seja, a pessoa contraiu o vírus no estrangeiro — vindos de Espanha e Itália. Três pessoas foram infectadas por contacto com outros doentes com o novo coronavírus.

As informações prestadas pela DGS para evitar o contágio pelo novo coronavírus passam por: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir, com lenço de papel (depois deitar o mesmo no lixo) ou com o cotovelo, nunca com as mãos;  lavar as mãos frequentemente — sempre que se assoar, espirrar, tossir ou após contacto directo com pessoas doentes; evitar contacto próximo com pessoas com infecção respiratória. Em caso de suspeita de contágio (e antes de se dirigir a qualquer unidade de saúde), a DGS recomenda que ligue para a linha SNS24: 808 24 24 24.​

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