Coronavírus. ERC desaconselha directos sem novidade e utilização de imagens dos doentes retiradas de redes sociais

A imagem de doentes, familiares ou outras pessoas “em manifesto estado de vulnerabilidade psicológica, emocional e física” deve estar salvaguardada, “independentemente do consentimento”.

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Instalações que vão receber doentes com o novo coronavírus paulo pimenta

Evitar usar imagens de doentes com a nova covid-19 — especialmente as que circulam nas redes sociais — e fazer directos apenas quando existir “novidade”. São estes alguns conselhos da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), que emitiu um guia de boas práticas para informar sobre as doenças e situações epidémicas, como é o caso do surto de coronavírus. Este guia foi enviado às redacções no mesmo dia em que se confirmou a existência de oito casos positivos de covid-19 em território português.

Salientando o papel que os media têm no alerta e informação ao público em matéria de saúde pública “sobretudo se elas configuram emergências, desencadeadoras de estados de inquietação e nervosismo entre o público”, a ERC aconselha os meios de comunicação a reservar algum tempo nos noticiários para a difusão de informações e conteúdos institucionais das entidades de saúde do Estado. O recurso a fontes especializadas e oficiais “deve ser privilegiado”, especialmente se forem fontes científico-médicas. A confrontação com outras fontes deve, no entanto, existir.

Devem evitar-se os directos sem novidade — este tipo de formatos pode ser usado em função da “relevância do que é reportado e do valor informativo das imagens” —, evitando a constante repetição “na mesma peça ou durante um alinhamento de noticiário”.

O direito à imagem dos doentes deve ser garantido, “mesmo no post mortem” e não devem ser usadas imagens dos doentes retiradas de redes sociais. O cuidado deve ser redobrado quando se tratarem de menores. O mesmo vale para os familiares e outras pessoas “em manifesto estado de vulnerabilidade psicológica, emocional e física”, cuja imagem deve ser protegida “independentemente do consentimento”.

A escolha dos sons e as imagens a usar nas peças deve ser cautelosa. As “frases estereotipadas”, a adjectivação e “os lugares comuns” que possam contribuir para “empolar o acontecimento” são de evitar.

Em Portugal são conhecidos oito casos de infecção: cinco no Porto, um em Coimbra e dois em Lisboa. Desses, cinco foram importados — isto é, a pessoa infectou-se noutro sítio que não Portugal — vindos de Espanha e Itália. Três pessoas foram infectadas por contacto com outras pessoas com o novo coronavírus. Dos casos já confirmados, sabe-se que a maioria são homens: até agora só foi confirmada a infecção numa mulher. As idades variam entre os 30 e os 60 anos.

Para prevenir a contaminação pelo novo coronavírus, a Direcção-Geral da Saúde recomenda:

  • Tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir: com lenço de papel ou com o cotovelo, nunca com as mãos; deitar sempre o lenço de papel no lixo; 
  • Lavar as mãos frequentemente — sempre que se assoar, espirrar, tossir ou após contacto directo com pessoas doentes;
  • Evitar contacto próximo com pessoas com infecção respiratória.

Em caso de suspeita de contágio (e antes de se dirigir a qualquer unidade de saúde), ligue para a linha SNS24: 808 24 24 24. Os principais sintomas a que deve estar atento são febre, tosse e dificuldades respiratórias.

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