Polanski ganha César de Melhor Realizador. Várias actrizes abandonam a sala em protesto

Polanski não esteve na cerimónia de entrega dos prémios do cinema francês, dizendo temer um “linchamento público”.

Emmanuelle Bercot, ao lado de Claire Denis, com o prémio que recebeu em nome de Polanski
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Emmanuelle Bercot, ao lado de Claire Denis, com o prémio que recebeu em nome de Polanski Reuters/PIROSCHKA VAN DE WOUW
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Protestos à porta do auditório LUSA/CHRISTOPHE PETIT TESSON
,45º César Awards
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Protestos à porta do auditório Reuters/CHARLES PLATIAU
Um oficial e um espião
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Protestos à porta do auditório Reuters/CHARLES PLATIAU

Roman Polanski ganhou esta sexta-feira o César de Melhor Realizador pelo filme J'accuse - O Oficial e o Espião, uma vitória que fez com várias actrizes abandonassem a cerimónia em protesto.

Polanski, radicado em França depois de ter sido acusado de violação de uma menor nos Estados Unidos, não esteve na cerimónia de entrega dos prémios do cinema francês, dizendo temer um “linchamento público". O seu filme tinha 12 normações e recebeu três prémios.

A controvérsia marcou as escolhas da Academia de Cinema Francesa, pela inclusão de Polanski, e arrastou-se até à noite da cerimónia, marcada por protestos à porta da Salle Pleyel, em Paris.

Entre as que deixaram a sala mais cedo esteve a actriz Adèle Haenel, estrela de Retrato de uma Rapariga em Chamas, que no ano passado revelou ter sido abusada sexualmente em criança por outro realizador, além de Noémie Merlant, a outra protagonista do filme, e a sua realizadora, Céline Sciamma.

O filme de Polanski perdeu o prémio de Melhor Filme para Os Miseráveis, de Ladj Ly, que arrecadou também os prémios de Melhor Actor Revelação (Alexis Manenti), Melhor Montagem e o César do Público.

J'accuse - O Oficial e o Espião, premiado em 2019 no festival de Veneza, retrata o caso Dreyfus – um escândalo político que dividiu a França entre 1894-1906 – e a história é contada do ponto de vista do tenente-coronel Georges Picquart. 

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