O coronavírus obriga-os a ficar em casa: consumidores chineses compram tapetes de ioga, jogos e preservativos

Com as lojas de rua e de centros comerciais fechadas e as vendas de carros e smartphones em queda, a procura por produtos de saúde, de entretenimento e de cosméticos está em alta.

Foto
Reuters/TYRONE SIU

Há milhões de chineses fechados em casa por causa do coronavírus. Por isso, para evitar o tédio, dedicam-se às compras online. Os itens mais vendidos são os jogos para consola, tapetes de ioga, livros e preservativos, revela o gigante de comércio electrónico Alibaba, citado pela Reuters.

Com as lojas de rua e de centros comerciais fechadas e as vendas de carros e smartphones em queda, a procura por produtos de saúde, de entretenimento e de cosméticos está em alta e as marcas mais vendidas são a roupa para ioga da Lululemon e os produtos de beleza da L'Oréal.

O jogo Ring Fit Adventure da Nintendo para a consola Switch, que combina exercícios e dramatizações, tem sido um sucesso de vendas, estas quadruplicaram nas duas últimas semanas, refere o Alibaba. “Não há medicamentos que combatam o vírus, por isso, tudo o que eu posso fazer é exercitar-me de uma forma saudável e manter-me em forma”, justifica Guo Yan, 38 anos, funcionário de escritório, que comprou o jogo recentemente. 

As vendas de tapetes de ioga e máquinas de remo também dispararam, um aumento de 250% durante o mesmo período, enquanto as vendas de livros aumentaram 60% na semana que começou a 10 de Fevereiro, comparando com a semana anterior.

Apesar de as autoridades terem imposto regras rígidas para o uso de máscaras sempre que se está fora de casa, a venda de cosméticos como batons e sombras para os olhos também aumentara - em determinadas marcas estão a vender-se sete vez mais batons e quanto às paletas de sombras a sua compra aumentou 150%.

Lu Zhenwang, CEO da Wanqing Consulting, com sede em Xangai, diz que, embora os volumes gerais de comércio electrónico tenham caído durante o surto, houve algumas excepções como os tapetes de ioga e cosméticos. “Agora, as pessoas têm muito tempo e estão entediadas em casa”, refere, acrescentando que as mulheres estão a aproveitar a oportunidade para praticar novas formas de usar a maquilhagem.

Outros sites de comércio electrónico chinês também tiveram alguns produtos menos comuns nos rankings dos mais vendidos: o Pinduoduo refere que os kits de corte de cabelo e preservativos estão entre os dez itens mais populares, enquanto a JD.com diz que as vendas de equipamentos de panificação e torrefacção aumentaram sete vezes as suas vendas.

Na Coreia do Sul, que registou um aumento dos casos de coronavírus, as encomendas de produtos relacionados com a saúde, como ginseng vermelho, probióticos e vitaminas, aumentaram 143% nos primeiros 20 dias de Fevereiro em comparação com o mesmo período do ano passado, segundo Lotte Home Shopping.

As vendas de pequenas máquinas de lavar roupa também aumentaram, já que as pessoas evitam a ida às lavandarias, mais de seis vezes entre 1 e 19 de Fevereiro, em comparação com o mesmo período do mês passado, de acordo com a rede de supermercados sul-coreana Homeplus Co Ltd.

O cenário geral para os gastos dos consumidores é, no entanto, sombrio, pois o surto mantém grande parte da população da China em quarentena ou simplesmente desencoraja as pessoas a aventurarem-se a sair. 


Descarregue a app do PÚBLICO, subscreva as nossas notificações e esteja a par da evolução do novo coronavírus.

Sugerir correcção
Comentar