Crédito à habitação em máximos, crédito às construtoras em minímos

Associação de empresas de construção contabiliza em 10,63 mil milhões de euros o montante do crédito à habitação em 2019 - o máximo da década. Já o montante do crédito às empresas está no valor mais baixo desde o arranque deste século, garante

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Adriano Miranda / PUBLICO

O novo crédito concedido pelos bancos em 2019 para compra de habitação cresceu 8,1%, em termos homólogos, para 10,63 mil milhões de euros, “montante que corresponde a um máximo da década”. Já o crédito às empresas de construção registou no ano passado “uma redução homóloga de 6,6%”, fixando-se em 16 mil milhões de euros, o “valor mais baixo desde o início do século XXI”, ou seja, nas últimas duas décadas. 

Os dois valores foram revelados pela Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas (AICCOPN), que sublinha que em termos de crédito à habitação é preciso “recuar até 2008 para se encontrar um ano com maior volume de crédito concedido”.

De acordo com a associação, as obras de construção e reabilitação de edifícios habitacionais licenciadas pelas câmaras municipais no ano passado “registaram uma variação de 9,4%, face ao ano precedente, para 16.461, com o número de fogos licenciados em construções novas a totalizar 23.737, em resultado de um crescimento homólogo de 17,2%”, lê-se na mesma nota. 

De acordo com as previsões da Federação da Indústria da Construção, a Fepicop, o volume de produção do segmento residencial deverá ter rondado em 2019 os 3,8 mil milhões de euros, após um crescimento de 12% em termos reais, face ao ano anterior. E contrariamente às estimativas apresentadas para os anos anteriores, em 2019 os trabalhos de construção nova deverão ter assumido o papel mais dinâmico deste segmento, evoluindo a uma taxa de 14% em termos reais e registando um volume de produção próximo dos 2,3 mil milhões de euros, segundo as estimativas elaboradas pela Fepicop.

De forma mais moderada, o volume de produção dos trabalhos de reparação e manutenção de edifícios residenciais deverá ter crescido 9% em 2019, uma taxa de variação real ligeiramente inferior à estimada para 2018 e que aponta para uma estabilização no ritmo de crescimento deste tipo de trabalhos, após um período de forte expansão da sua produção. Em termos de valor absoluto, o seu produto deverá ter rondado, em 2019, os 1,5 mil milhões de euros (39% da produção total do segmento residencial).

No mês de Dezembro, recordou a AICCOPN, “o valor médio da habitação para efeitos de avaliação bancária foi de 1321 euros por metro quadrado, o que traduz um aumento de 8,3%, face aos 1220 euros” registados no último mês de 2018.

A associação destacou ainda a “performance” da área metropolitana do Porto, em que “o número de fogos licenciados em construções novas em 2019 totalizou 4270, o que traduz um aumento de 29,1% face aos 3308 alojamentos licenciados em 2018”.

Segundo a entidade, no que diz respeito à avaliação bancária na habitação nesta região verificou-se, em Dezembro, um “aumento em termos homólogos de 10,4% para 1330 euros por metro quadrado”.

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