Partido Trabalhista: Cadeira de Corbyn tem três pretendentes

Escolhas dos deputados, das repartições locais e dos sindicatos reduziram a lista de candidatos a três. Starmer é o favorito, Long-Bailey é a corbynista e Nandy é a surpresa.

Foto
A sucessão de Jeremy Corbyn ficará decidida até ao início de Abril Phil Noble/REUTERS

Dos seis candidatos que iniciaram a corrida à liderança do Partido Trabalhista, apenas três alcançaram a derradeira etapa de um longo e cansativo processo eleitoral, que se inicia esta segunda-feira e que só termina a 4 de Abril.

Depois dos deputados, eurodeputados, representações do partido por círculo eleitoral e sindicatos afiliados, chegou agora a vez dos cerca de 500 mil militantes do Labour exercerem o seu voto.

Foto
Lisa Nandy foi crítica da liderança de Corbyn Richard Townshend

No boletim que deverá ser preenchido e enviado até ao dia 2 de Abril, constarão três nomes, que os eleitores terão de colocar por ordem de preferência: Lisa Nandy, Keir Starmer ou Rebbeca Long-Bailey. Um deles sucederá a Jeremy Corbyn.

Lisa Nandy (40 anos)

Foto
Keir Starmer é o favorito Chris McAndrew

Começou como outsider, mas o apoio do influente sindicato GMB empurrou-a até à votação final. Natural de Manchester, a deputada por Wigan foi uma das vozes mais críticas da liderança de Jeremy Corbyn, a quem acusou de barrar a entrada no seu “governo-sombra” a outras facções do partido, que não a do líder. A reputação e a influência que tem no Norte de Inglaterra, argumenta Nandy, fazem dela a candidata mais bem preparada para recuperar os bastiões trabalhistas da região, perdidos para o Partido Conservador nas últimas eleições.

Keir Starmer (57 anos)

Foto
Rebecca Long-Bailey é a candidata corbynista Chris McAndrew

Apesar de ser um dos rostos mais facilmente associáveis ao insucesso do Labour nas últimas eleições, Sir Keir Starmer é superfavorito à vitória. Ter ocupado um dos postos mais importantes do “governo-sombra” trabalhista – responsável pela pasta do “Brexit” –, por um lado, e ter sido crítico de Corbyn e da sua estratégia sobre a saída da UE, por outro, deram ao ex-advogado e actual deputado por Holborn e St. Pancras (Londres, de onde é natural) uma espécie de aura de candidato ideal para juntar as várias facções do Partido Trabalhista e, mais tarde, recuperar o eleitorado do centro aos conservadores.

Rebecca Long-Bailey (40 anos)

Também natural de Manchester, a “ministra-sombra” do Comércio e deputada por Salford e Eccles é a candidata corbynista da corrida. Próxima de John McDonnell – inseparável de Corbyn –, tem o apoio de grande parte do núcleo duro do actual líder e deu “dez valores” à sua gestão. Long-Bailey acredita que é fundamental que a “esquerda socialista” continue a trilhar o caminho iniciado em 2015 e conta com o importante apoio do Momentum, o movimento civil que ajudou Corbyn a chegar à liderança nesse ano – contra todas as expectativas.

Sugerir correcção
Comentar