Alterações climáticas são a “luta do século” para Macron

Em deslocação a Monte Branco, nos Alpes, o presidente francês diz que “2020 será um ano decisivo para a biodiversidade” e que é necessário travar as alterações climáticas.

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O presidente francês foi visitar o Mar de Gelo, o famoso glaciar localizado nas encostas do maciço de Monte Branco. Reuters/DENIS BALIBOUSE

Macron está em Chamonix, em Monte Branco, desde quinta-feira. Na deslocação, esteve reunido com especialistas e assume as alterações climáticas como “a luta do século”. O presidente francês foi visitar o Mar de Gelo, o famoso glaciar localizado nas encostas do maciço de Monte Branco, a maior montanha da União Europeia. 

“Não conseguia imaginar um degelo tão rápido. É impressionante. Percebemos como as não decisões nos levaram até aqui”, sublinhou Emmanuel Macron, num discurso realizado em Chamonix, na tarde de quinta-feira.

Actualmente, para chegar ao glaciar que, em poucas décadas, perdeu 120 metros, é preciso descer 500 metros.

O glaciologista Luc Moreau, que acompanhou o governante francês na sua visita, disse que “o glaciar torna o invisível visível”, referindo-se às alterações climáticas e aos efeitos sentidos naquela zona.​

O presidente francês afirmou que “2020 será um ano decisivo para a biodiversidade”, referindo-se às questões climáticas e de biodiversidade como "uma luta de inovação, de adaptação. Será a luta do século”.

O glaciar Mer de Glace (nome em francês) recuou, nos últimos 30 anos, 700 metros e dois quilómetros, desde 1850. Macron refere este recuo como sendo “a prova irrefutável do aquecimento”.

Também na quinta-feira, o governante esteve reunido com os agentes da Agência Francesa de Biodiversidade (AFB). Segundo o jornal espanhol “El País”, no encontro foram discutidas várias medidas, que vão desde restrições ao acesso ao Monte Branco, até à extensão de áreas protegidas para um terço do território francês.

Segundo o jornal francês “Le Figaro”, antes de seguir para os Alpes, o presidente francês esteve reunido com o Conselho de Defesa Ecológica, no Élysée. Depois, pernoitou em Montenvers, a 1913 metros acima do nível do mar, onde jantou com vários especialistas.

Após a reunião, Jean-François Silvain, presidente da Fundação de Pesquisa e Biodiversidade (FRB) comentou que “o presidente está ciente dos desafios do aquecimento global e da biodiversidade”.

Além das alterações climáticas, também a biodiversidade e a agricultura estiveram em cima da mesa. Macron referiu que deve ser feita uma “transição agrícola” passo a passo, sem ceder a uma “política de estigmatização”.

A visita do presidente a Monte Branco surge acontece um mês antes das eleições municipais francesas.

Em Setembro do ano passado, Jean-Marc Peillex, presidente de Saint-Gervais, enviou uma carta ao presidente, a exigir medidas urgentes para impedir que Monte Branco se tornasse um “parque de atracções”.

Monte Branco é a montanha mais alta dos Alpes e da Europa Ocidental. Com 4808 metros de altura, a montanha é uma grande atracção para turistas e alpinistas, recebendo mais de 20 mil todos os anos.

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