Rio venceu no Porto, Montenegro em Braga e Pinto Luz na Madeira

Urnas já fecharam e há milhares de votos contados. Eleições decorreram durante todo o dia e já há três impugnações.

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FRANCISCO ROMAO PEREIRA

Meia hora depois de as urnas terem fechado, e com 1273 votos contados, Rui Rio ia na frente nas eleições directas para a liderança do PSD com 50,9% dos votos. Luís Montenegro estava logo atrás com 44,03% e Miguel Pinto Luz ocupava último lugar, com 5,7%. Estavam apuradas 102 secções e havia 2016 por apurar. Uma hora depois, o actual líder soube que só a vitória no Porto lhe valia mais 1456 votos de vantagem em relação a Luís Montenegro, mas reduziu a percentagem para 50,3%.

Miguel Pinto Luz já assumiu a derrota através do porta-voz da candidatura, Nuno Freitas. "Começámos como os desconhecidos, terminámos como uma esperança no PSD (...). Miguel Pinto Luz é hoje uma referência do que é o futuro do PSD”. A primeira vitória do autarca de Cascais foi em Setúbal, com 298 votos (Montenegro teve menos seis e Rio ficou-se pelos 238).

Há uma grande dificuldade em acompanhar a actualização dos resultados no site do PSD, que está constantemente a ficar indisponível, mas números finais a que o PÚBLICO teve acesso confirmam que, no distrito do Porto, Rio levou vantagem por quase 1500 votos. Também ficou ou vai à frente nos Açores, em Aveiro, Beja, Bragança, Coimbra, Évora, Europa, Faro, Guarda, Portalegre, Santarém, Viana do Castelo e Vila Real.  Luís Montenegro foi o mais votado em Castelo Branco, onde obteve 345 votos contra 218 de Rio e 29 de Pinto Luz. Em Viseu, Lisboa Área Oeste, Leiria e em Braga, o PSD também deu a vitória ao ex-líder parlamentar. Miguel Pinto Luz teve mais votos na Madeira, em Setúbal e em Lisboa Área Metropolitana, onde chegou aos 1591 votos (38%), mais 227 votos que o segundo classificado (Luís Montenegro) e mais 405 do que Rio.

Concelhias como Rio Maior, Baião, Felgueiras, Anadia, Santo Tirso, Praia da Vitória e Trofa também deram a vitória ao líder. Nestes casos, a diferença de votos entre Rio e Montenegro não foi grande, à excepção da Trofa. Rio teve 445 votos e Luís Montenegro 57. Mas em Famalicão, no distrito de Braga, a diferença de Montenegro para Rio foi de 913 para 365 (Pinto Luz teve 10 votos). Também em Vieira do Minho, os militantes deram a vitória a Montenegro. 

Marcos do dia

O que marcou o dia eleitoral foram três impugnações: na Madeira, em Portalegre e na Amadora. O caso da Madeira foi amplamente divulgado na última semana. Há pouco mais de 100 eleitores com as quotas em dia, mas mais de 2500 queriam votar, alegando que noutras eleições nunca precisaram de ter quotas pagas para exercer esse direito/dever. 

Já no continente, mais precisamente na Amadora, foi o próprio mandatário distrital de Rui Rio quem quis impugnar as eleições por estarem a ser entregues cartões de militante à porta da secção de voto. A Renascença noticiou que Paulo Ribeiro entregou uma queixa ao conselho de jurisdição nacional, na qual pediu a impugnação das eleições naquela secção da Amadora pelo facto de a mesa ter permitido que “cidadãos votassem munidos apenas e só de cartão de militante como meio de identificação”, entre outras irregularidades.

No distrito de Portalegre, secção de Anter do Chão, Diogo Cúmano também reclamou junto da jurisdição por ter havido três votos confiados por telefone. O vice-presidente da JSD e director de campanha de Luís Montenegro no distrito confirmou a queixa ao Observador.

Os círculos da emigração e de Macau e de Hong Kong enviaram uma reclamação ao conselho nacional de jurisdição por causa da eleição de delegados ao congresso, que estava marcada para hoje em simultâneo com a eleição do líder. Em causa está o rateio de delegados, que foi alterado. O PSD costumava colocar nove delegados para a Europa e outros nove para fora da Europa tendo em conta o número de militantes com capacidade de votar. Só que as novas regras levaram a que, por exemplo, só 10 militantes de Macau e Hong Kong pudessem votar, o que levou a que só fosse colocado a votos um delegado. Os restantes 17 são relativos à secção da Europa.

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