Doença respiratória de Wuhan poderá ser um novo tipo de coronavírus

Até agora, a doença que infectou 59 pessoas na cidade de Wuhan, no centro da China.

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Centros de Controlo e Prevenção das Doenças da Coreia do Sul analisam amostras recolhidas em chinesa que manifestou sintomas da doença depois de ter visitado a cidade de Wuhan EPA/YONHAP/LUSA

Uma investigação preliminar identificou uma doença respiratória que infectou dezenas de pessoas numa cidade no centro da China como sendo um novo tipo de coronavírus, informou esta quinta-feira a imprensa estatal chinesa.

Os resultados da investigação foram avançados pela emissora estatal CCTV, mas as autoridades de saúde chinesas ainda não confirmaram as informações.

Os coronavírus são uma espécie de vírus que causam infecções respiratórias em seres humanos e animais e são transmitidos através da tosse, espirro ou contacto físico.

Alguns destes vírus resultam apenas numa constipação, enquanto outros podem gerar doenças respiratórias mais graves, como a pneumonia atípica, ou síndrome respiratória aguda grave (SARS), que entre 2002 e 2003 matou mais de 800 pessoas. Nesse período, foram diagnosticados mais 8 mil casos em todo o mundo.

A investigação citada pela CCTV identifica a doença que infectou 59 pessoas na cidade de Wuhan, na província de Hubei, no centro da China, como um novo coronavírus, diferente daqueles que foram identificados anteriormente.

Segundo a Comissão Municipal de Saúde de Wuhan, sete dos doentes encontram-se em estado crítico e os restantes em condição estável. Oito pacientes receberam alta na quarta-feira, sem apresentar qualquer sintoma de pneumonia, avançou a agência noticiosa oficial Xinhua.

Os especialistas detectaram o novo coronavírus em 15 dos 59 casos de Wuhan, detalhou a CCTV, acrescentando que mais investigações serão realizadas antes de se obter uma conclusão.

Possíveis casos da mesma doença foram relatados em Hong Kong e na Coreia do Sul, envolvendo pessoas que viajaram recentemente a Wuhan.

Desde o final de 2019, os hospitais públicos de Hong Kong relataram 38 doentes com febre, infecção respiratória ou sintomas de pneumonia, após visitas recentes a Wuhan. Vinte e um desses pacientes já receberam alta, informou ainda na quarta-feira a Autoridade Hospitalar de Hong Kong.

Não foram encontrados casos graves relacionados aos de Wuhan, segundo Sophia Chan, chefe de saúde de Hong Kong.

Também em Macau, o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, disse não ter sido registada qualquer ocorrência no território, que tem duas ligações aéreas diárias com Wuhan. Ainda assim, a região semiautónoma chinesa anunciou no domingo que o nível de alerta de emergência foi elevado para três para reforçar a prevenção e coordenação na resposta à pneumonia viral do centro da China.

Na Coreia do Sul, uma mulher chinesa que trabalha para uma empresa sul-coreana foi diagnosticada na terça-feira com pneumonia, disseram os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças da Coreia.

Nos últimos anos, também a síndrome respiratória do Oriente Médio, um coronavírus que começou na Jordânia e na Arábia Saudita, em 2012, se alastrou por cerca de duas dezenas de países, tendo sido relatados cerca de 2500 casos confirmados em laboratório, incluindo mais de 800 mortes.

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