Ataque com bomba faz três mortos e uma dezena de feridos na Somália
Atentado aconteceu numa zona movimentada da cidade, junto a edifícios do Governo. É o segundo deste tipo numa semana.
Uma bomba explodiu num cruzamento movimentado de Mogadíscio, capital da Somália, causando pelo menos três mortos e uma dezena de feridos. Poucos minutos depois, o ataque foi reivindicado pela Al-Shabaab. O grupo diz ter sido responsável pela colocação da bomba perto do Palácio Presidencial e de outros prédios com escritórios do Governo.
Abdikadir Abdirahman, chefe das ambulância Aamin (serviço gratuito de assistência que funciona 24 horas por dia em Mogadíscio), avançou que três dos feridos são mulheres.
Saleh Hassan Omar, porta-voz do presidente de município, confirmou as três mortes em comunicado. A bomba atingiu o cruzamento de Sayidka, um posto de segurança perto de edifícios que albergam também o Ministério do Interior e do Parlamento.
O ataque parece fazer parte de uma campanha que tem sido intensificada nas últimas duas semanas pelo grupo aliado da Al-Qaeda, que actua na Somália e no vizinho Quénia.
Al-Shabaab emitiu pouco depois um comunicado reivindicando o atentado e afirmando que isto mostra que o Governo não conseguiu assegurar o total controlo sobre as principais artérias de Mogadíscio.
Este domingo, três americanos (um deles membro dos serviços militares dos EUA) foram mortos pelo grupo Al-Shabaab durante um ataque a uma base militar no Quénia, perto da fronteira com a Somália. A base é usada pelas forças dos EUA e do Quénia.
Na semana passada, pelo menos 90 pessoas morreram e várias dezenas ficaram feridas num dos mais violentos atentados na Somália nos últimos anos. O ataque não foi reivindicado, mas as suspeitas recaem no grupo Al-Shabab. Um carro armadilhado explodiu às primeiras horas da manhã nas proximidades de um posto de controlo rodoviário num cruzamento que liga Mogadíscio à cidade de Afgoye.
O grupo realiza regularmente ataques destinados a minar o Governo da Somália, que luta para derrubar há mais de uma década.
No ano passado, 21 pessoas morreram durante um ataque perpetrado pelo mesmo grupo a um complexo hoteleiro em Nairobi, capital do Quénia — em 2011, este país enviou tropas para a Somália depois de uma série de ataques e sequestros.
Vários especialistas em segurança dizem que esta série de ataques recentes em Mogadíscio atingiu locais particularmente sensíveis, o que mostra a capacidade contínua do grupo de realizar ataques sofisticados.