Em defesa dos corais e da vida marinha, Palau proíbe protectores solares químicos

A proibição já entrou em vigor no arquipélado do Palau, grande parte dele reserva marinha e o primeiro país do mundo a concretizar a medida. A multa anda perto dos 900 euros.

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O Palau é composto por mais de 500 ilhas Reuters

Em 2018, o Havai avançou com uma decisão histórica: tornou-se o primeiro estado norte-americano a proibir a venda e distribuição de protectores solares que contivessem substâncias químicas prejudiciais para os recifes de coral, medida que já estava em cima da mesa em algumas outras partes do mundo, mas em menor escala, caso de reservas naturais no México ou na ilha de Bonaire, nas Caraíbas. 

Por essa altura, o Palau, arquipélago no Pacífico com mais de 500 ilhas habituado a ser a imagem do “paraíso”, anunciou que também iria banir por completo e em todo o seu território protectores solares “inimigos” dos corais e da vida marinha, tornando-se o primeiro país do mundo a impor a medida. Ao mesmo tempo, ampliava a protecção do seu território marinho, passando a reserva natural quase 80% da nação.

A proibição de protectores solares químicos entrou agora em vigor, no início deste ano, e torna ilegais produtos que contenham determinados compostos químicos, incluindo oxibenzona ou metoxicinamato de octila, que se calcula estejam presentes em metade das marcas – muitas delas, refere a BBC, têm vindo a retirar os polémicos compostos, anunciando-se como “não prejudiciais para os corais”.

Pela lei, no Palau passa a ser proibida tanto a venda como a utilização: não é portanto boa ideia aterrar no território com um protector solar interdito na bagagem. A multa para quem for apanhado com um protector solar proibido é de mil dólares (cerca de 893 euros).
  
"Temos de viver e respeitar o ambiente porque o ambiente é o ninho da vida”, comentou o presidente do país, Tommy Remengesau, citado pela AFP. Já a International Coral Reef Foundation, organização internacional que se dedica à defesa dos recifes, comentou que “muitos” dos compostos agora banidos são “incrivelmente tóxicos para muitas das espécies marinhas”, especialmente durante o seu crescimento.

Não é a primeira vez que o Palau é pioneiro na protecção ambiental: há uma década, era o primeiro a criar um santuário para tubarões, e com o tamanho da Península Ibérica
 

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