O segredo para a felicidade está nas semanas de quatro dias de trabalho?

Sanna Marin, que chegou à chefia do Governo da Finlândia em Dezembro, defendeu, numa conferência partidária em Agosto, a introdução da semana de quatro dias e seis horas diárias.

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Sanna Marin foi ministra dos Transportes antes de chegar a chefe de um governo de coligação de esquerda Reuters/YVES HERMAN

A redução do horário de trabalho pode aumentar a produtividade e reduzir as emissões de carbono. A primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, de 34 anos, defendeu em Agosto, antes de chefiar o Governo daquele país, a introdução da semana de quatro dias ou de seis horas diárias de trabalho. Actualmente, naquele estado do Norte da Europa a semana laboral é de 40 horas.

Vários estudos apontam que se se reduzir a duração da semana de trabalho a produtividade aumenta. Por exemplo, na Suécia esta medida já é usada desde 2015, recorda o Jornal de Negócios; também no Reino Unido há empresas que já a adoptaram. Em Agosto, a Microsoft no Japão testou a semana de quatro dias e a produtividade cresceu cerca de 40%. Na Austrália, em Melbourne, uma empresa descobriu que um dia de trabalho de seis horas obrigava os funcionários a eliminar actividades improdutivas, como enviar e-mails inúteis ou participar em reuniões intermináveis, enumera o Guardian.

Mas a felicidade também pode crescer, com mais tempo livre para o próprio trabalhador e para a sua família. É esse o argumento que Sanna Marin apresentou numa conferência partidária em 2019, meses antes de ascender à chefia do Governo finlandês. “Acredito que as pessoas merecem passar mais tempo com as suas famílias, entes queridos, com hobbies ou outros aspectos da vida, como a cultura”, defendeu, citada pelo canal finlandês MTV3. “Este poderia ser o próximo passo para nós na nossa vida profissional”, acrescentou a actual chefe do Governo de coligação de esquerda.

Um estudo feito na Suécia, na cidade de Gotemburgo, onde os enfermeiros passaram a trabalhar seis horas diárias, concluiu que estes se tornaram profissionais mais saudáveis e felizes. Na Nova Zelândia, em 2018, uma empresa aplicou o modelo de quatro dias de trabalho durante dois meses e os trabalhadores confessaram sentir-se melhor, argumentando que se conseguiam concentrar mais facilmente no trabalho; os seus níveis de stress desceram 7%.

A medida pode ainda ser boa para o ambiente. É que uma semana mais curta pode ser sinónimo de menos produção de emissões de carbono, na utilização dos transportes, por exemplo; ou até na utilização de menos plástico, o das embalagens de comida.

Mesmo com o apoio de Sanna Marin não é certo que a medida vá para a frente, até porque não consta do programa de Governo finlandês em funções.

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