No fim, o FC Porto assumiu-se como o verdadeiro líder

“Dragões” chegaram rapidamente a uma vantagem de dois golos, permitiram o empate, mas decidiram a partida ainda antes do intervalo, superando os holandeses por 3-2 e acabando em primeiro lugar no grupo.

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LUSA/JOSE COELHO

O FC Porto fechou com chave de ouro a qualificação para os 16 avos-de-final da Liga Europa, concluindo a fase de grupos no primeiro lugar, posição garantida pela vitória frente ao Feyenoord (3-2), no Dragão, e pelo empate registado em Glasgow.

Com Uribe, Luis Díaz e Soares no “onze” inicial, Sérgio Conceição deixava claro que não ia jogar no erro ou ficar na expectativa. O FC Porto não se conteve e partiu em busca da felicidade, que encontrou depois de um pequeno susto, num livre frontal de Berghuis que Marchesín parou graças aos bons reflexos — qualidade que o guardião holandês, Nick Marsman, não mostrou no lance do primeiro golo da noite. 

Díaz já tinha testado a atenção do suplente de Vermeer e acabou por beneficiar de um lance em que Marega serviu Alex Telles de calcanhar. Do cruzamento do brasileiro resultou o remate do colombiano, a apanhar Marsman desprevenido, com a bola escapar-lhe sob o corpo. 

Depois do atraso do apito inicial, provocado por problemas no sistema de comunicação do árbitro, o FC Porto arrepiou caminho e, no período de um minuto, chegou ao segundo golo, com os cumprimentos do lateral esquerdo holandês Malacia, numa emenda desastrada a cruzamento de Soares. 

O treinador do Feyenoord tinha motivos de sobra para levar as mãos à cabeça, mas o desespero seria atenuado por Botteghin, que, numa falha de marcação de Pepe, num canto, cabeceou para o golo dos últimos do grupo. Cinco minutos volvidos, o central português voltaria a chegar tarde ao lance que deu o empate ao Feyenoord, com Malacia a redimir-se e a cruzar para Larsson emendar de primeira. 

O empate até poderia ter sido desfeito no lance seguinte, em que Sinisterra cometeu penálti evidente perdoado pelo árbitro alemão. Alex Telles cobrara um livre para Pepe cabecear e obrigar Marsman a intervenção de recurso. Da recarga de Danilo surgiu a falta de Sinisterra, a jogar a bola com o braço. Mas o golo que levou os portistas em vantagem para o intervalo não demoraria: Marega investiu pela direita e, quando se esperava o remate, o maliano serviu Otávio para um golpe devolvido pelo guardião holandês, surgindo Soares mais rápido e impetuoso a levar Botteghin à frente e a confirmar o terceiro golo do FC Porto. 

O árbitro voltava a estar debaixo de fogo, mas sem o recurso ao VAR o jogo fluiu sem direito a repetições. Com Morelos a garantir a vantagem do Rangers sobre o Young Boys, no outro jogo do grupo, em Glasgow, o FC Porto dispunha de uma interessante margem de segurança para garantir a passagem aos 16 avos-de-final, embora faltassem 45 minutos em que o Feyenoord era obrigado a colocar todas as cartas na mesa. 

Ainda assim, era o FC Porto quem surgia mais intenso na segunda metade, mas com os holandeses a reagirem e a falharem o empate em duas situações de alguma felicidade para Marchesín. O argentino contou com a cumplicidade do poste num primeiro desvio inadvertido em Toornstra, voltando a mostrar agilidade numa saída a impedir o golo de Narsingh. Em três minutos — apesar das boas notícias de Glasgow —, os “dragões” percebiam que o Feyenoord não estava rendido. 

Sérgio Conceição respondia às mudanças tácticas de Advocaat, chamando Sérgio Oliveira para pautar o jogo e esconder a bola. As restantes alterações ficaram reservadas para a linha atacante, com Zé Luís a render Soares e Mbemba a dar descanso a um esgotado Marega. O FC Porto guardava um resultado importante e ainda beneficiava do empate de Glasgow para assumir a liderança do Grupo G, mesmo no final. 

Mais uma boa notícia para o futebol português, que no mesmo dia ficou a saber que vai manter o 6.º lugar do ranking e, assim, garantir três equipas na Champions em 2021-22.

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