Jogando com os melhores, o Benfica foi melhor e segue na Europa

Os “encarnados” derrotaram o Zenit, por 3-0, e apuraram-se para a Liga Europa. Com os melhores jogadores, o Benfica foi melhor. E, apesar da fortuna que teve, mereceu vencer.

A festa dos jogadores do Benfica
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A festa dos jogadores do Benfica LUSA/MIGUEL A. LOPES
Momento do jogo entre o Benfica e o Zenit
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Momento do jogo entre o Benfica e o Zenit LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
O Benfica venceu o Zenit na Luz
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O Benfica venceu o Zenit na Luz LUSA/MIGUEL A. LOPES
O penálti marcado por Pizzi
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O penálti marcado por Pizzi LUSA/MIGUEL A. LOPES
Pizzi festeja o seu golo
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Pizzi festeja o seu golo LUSA/MIGUEL A. LOPES
Bruno Lage na Luz
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Bruno Lage na Luz LUSA/MIGUEL A. LOPES
Momento do jogo entre o Benfica e o Zenit
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Momento do jogo entre o Benfica e o Zenit LUSA/MIGUEL A. LOPES

O percurso europeu do Benfica vai ter continuidade na Liga Europa. As probabilidades não estavam a favor e a tarefa não era fácil, mas os “encarnados” conseguiram subir ao terceiro lugar do grupo G da Liga dos Campeões, depois de vencerem o Zenit, por 3-0, nesta terça-feira. Esta posição atira os portugueses para a Liga Europa, enquanto o Zenit vai para casa – algo interessante para as contas de Portugal no ranking da UEFA.

Com esta vitória, o Benfica segue para a Liga Europa – ficou, em termos pontuais, muito perto de continuar na Champions – e provou que, naturalmente, joga melhor quando escolhe um “onze” com os melhores. E que, nesses moldes, não deve nada ao Zenit, ao Lyon e, pelo menos, equilibraria mais as contas com o Leipzig. A equipa fica a dever a si própria (e às opções técnicas nos outros jogos) a queda para a Liga Europa.

No Estádio da Luz, o Benfica mostrou que o futebol não tem de ser lógico. Atacar muito não é atacar bem e rematar muito não é ser perigoso. O Benfica provou-o. Foi forte e criativo na primeira meia hora do jogo, mas não esteve perto do golo. Depois, baixou o nível. E foi descansar.

Veio do intervalo com um golo e, quando o Zenit se chegou à frente para reagir, caiu do “do céu” um penálti para o Benfica, com direito a expulsão na equipa adversária. Num ápice, já depois dos minutos de bom futebol “encarnado”, um jogo “amarrado” tornou-se sinónimo de 2-0 e conforto. Porque o futebol não tem de ser lógico.

Taarabt e Gabriel de um lado, Dzyuba do outro

A primeira parte começou com um Benfica a explorar o que mais gosta: o jogo interior pelo corredor central. O Zenit, aparentemente pouco ciente disso, fazia uma marcação quase homem a homem, algo que, com jogadores capazes de circular rapidamente e a um/dois toques, é fatal. E o Benfica foi conseguindo fazer passes verticais entre linhas – Gabriel e Taarabt estiveram muito em jogo e, estranhamente, com tempo e espaço para decidirem –, montando boas jogadas (uma deu remate de Vinícius, aos 14’, e outra deu remate torto de Chiquinho, aos 16’).

Os “encarnados” dominavam o jogo, sem, porém, terem oportunidades claras de golo. Porque ser rematador – e o Benfica conseguiu sê-lo – não é sinónimo de ser perigoso – algo que o Benfica não foi, com excepção do bom remate de Pizzi, de fora da área, segundos antes do tal remate de Chiquinho.

A partir da meia hora, o Zenit identificou aquilo que o Benfica queria e fechou, claramente, os dois alas na zona central, montando um autêntico “ninho” de jogadores. O Benfica deixou de conseguir jogar por dentro e começou a não ter soluções – existiram, apenas, cruzamentos mal tirados e posse de bola inócua na defesa.

Do lado contrário, apesar de ter menos bola, o Zenit mostrou-se predisposto a atacar. E a ideia-base foi sempre a mesma. As bolas longas serviam Dzyuba – ora em largura, ora em apoio frontal – e o avançado russo, um jogador tremendo, física e tecnicamente, conseguiu sempre receber e servir os colegas (aos 15’, já levava cinco duelos ganhos, deixando sempre a bola jogável). E a melhor oportunidade da primeira parte foi quando o “gigante”, com classe, serviu Azmoun, para um remate muito perigoso, aos 37’.

Poderia ter sido uma mão cheia

Na segunda parte, ainda o Zenit “apertava as chuteiras”, após o intervalo, já o Benfica festejava. E fê-lo com recurso à melhor forma possível de desmontar um “ninho” defensivo: trocas posicionais. Aos 46’, Gabriel saiu da zona central, que ocupou tranquilamente durante a primeira parte, e rompeu pelo corredor, baralhando marcações. Tirou o cruzamento, Vinícius trabalhou bem, serviu Pizzi e o capitão do Benfica cruzou para Cervi finalizar ao segundo poste, de baliza aberta.

Dez minutos depois, fase em que o Zenit procurava reagir ao golo sofrido – os russos claramente aumentaram de intensidade –, “caiu do céu” um penálti num lance que nem foi provocado pelo Benfica. Aos 56’, após um cruzamento, Douglas Santos, sem necessidade, tocou com a mão na bola e viu o segundo amarelo. Pizzi foi bater o penálti e atirou para o lado esquerdo, enganando Kerzhakov.

A partir daqui, o jogo foi do Benfica. Uma grande jogada, ao primeiro toque, deu finalização torta de Cervi (63’), Vinícius rematou à malha lateral (72’) e falhou após um contra-ataque (78’). Avisos feitos e, aos 79’, um canto de Grimaldo provocou o autogolo de Azmoun. 3-0 e jogo fechado numa partida em que o Benfica fez por vencer e acabou, também, por ter a sempre necessária fortuna nos momentos certos. Mas procurou-a.

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