Um novo Barca Velha vai chegar na Primavera

O ano de 2011 foi “extraordinário” e a colheita dará origem ao 20.º Barca Velha da história. O mais famoso e aclamado vinho tinto português só é declarado em anos de qualidade excepcional.

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O 20.º Barca Velha declarado em 67 anos Adriano MIranda
,Pêra Manca vermelha
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Luís Sottomayor Adriano MIranda
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Quinta da Leda, berço do Barca Velha Adriano MIranda
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Um Barca Velha 1999 apresentado em 2006 Nelson Garrido

“Qualidade e excelência são atributos decisivos para a criação de grandes vinhos, mas no caso de Barca Velha é a prova do tempo quem leva a melhor. Decorridos oito anos de mais uma vindima excepcional, é chegado o momento de anunciar o 20º Barca Velha da história”. Foi assim que a Sogrape confirmou oficialmente esta terça-feira a declaração que já muitos esperavam da elevação da colheita de 2011 a Barca Velha.

Isto porque, como comentou Luís Sottomayor, o enólogo responsável, o ano de 2011 foi “extraordinário, dos melhores de sempre no Douro, intenso e de grande qualidade, pelo que da nossa parte foi só uma questão de paciência até podermos confirmar o potencial que a vindima deixou antever”. Recorde-se que 2011 ficou “marcado por uma das maiores declarações de Porto Vintage de sempre”.

O mais famoso e aclamado vinho tinto português, com assinatura da Casa Ferreirinha, que pertence desde 1987 à Sogrape, é também muito valioso: por garrafa e dependendo do ano, ultrapassa facilmente os 500 euros no mercado. A última edição, lançada em 2016 a partir da colheita de 2008, está à venda nas garrafeiras por preços próximos dos 700 euros (685 na Garrafeira Nacional), mais do dobro do preço na altura do lançamento, para o que muito terá contribuído o valor acrescido conquistado quando Wine Enthusiast,​ bíblia internacional dos vinhos, lhe atribuiu a rara nota máxima de 100 pontos.

“Pioneiro e inovador, Barca Velha é desde 1952 o símbolo inquestionável da mais alta qualidade dos vinhos do Douro”, refere a Sogrape em comunicado, lembrando que "declarado apenas em anos verdadeiramente excepcionais, o Barca Velha é, desde a sua criação, elaborado com uvas seleccionadas de diferentes altitudes no Douro Superior”. Desde 1987, a maioria das uvas para o lendário vinho começaram a ser as dos 160 hectares da Quinta da Leda, em Almenda – antes, boa parte da sua história passava pelo Vale Meão, embora se usassem uvas de outras proveniências do Douro. 

Nascido em 1952 graças a Fernando Nicolau de Almeida, o vinho é também uma raridade em termos do número de enólogos responsáveis pela sua produção ao longo de tantas décadas. Depois de Nicolau de Almeida, que se reformou em 1987, contam-se apenas dois: José Maria Soares Franco e, desde a sua saída em 2007, Luís Sottomayor. “De cada vez que provo um Barca Velha é como se fosse a primeira vez”, dizia Sottomayor este ano numa prova deste néctar nos Vinhos de Portugal no Brasil que a Fugas acompanhou. Por aqui também se revelava o segredo do Barca Velha​: a capacidade para envelhecer bem, a garantia da longevidade.​

O próximo Barca Velha, avança a Sogrape, deverá dar origem a 30 mil garrafas e será apresentado pela primeira vez em Maio de 2020.

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