Advogada de Carlos Santos Silva vai dirigir deontologia dos advogados

Guilherme Figueiredo e Menezes Leitão vão disputar segunda volta na corrida para bastonário.

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Debate entre candidatos a bastonário da Ordem dos Advogados Nuno Ferreira Santos

A advogada de Carlos Santos Silva, o empresário amigo do ex-primeiro-ministro José Sócrates suspeito na Operação Marquês, ganhou as eleições para o Conselho Superior da Ordem dos Advogados, órgão que superintende à deontologia da classe.

Paula Lourenço é uma das mais reputadas penalistas em exercício nos tribunais portugueses. Esteve por exemplo no processo Freeport, em que defendeu Charles Smith, e no qual José Sócrates também chegou a ser suspeito, embora nunca ao ponto de ser constituído arguido. 

Das linhas programáticas da candidatura de Paula Lourenço ao Conselho Superior, órgão de recurso dos advogados das decisões dos conselhos de deontologia regionais, faz parte o aumento da celeridade e eficiência nos julgamentos dos profissionais suspeitos de violar as normas de regem o exercício da profissão. “É cada vez mais importante que todos os advogados conheçam e respeitem as regras deontológicas que os regem. Que o julgamento das faltas disciplinares seja breve, isento e independente”, preconiza a penalista, que teve 5702 votos num universo de mais de 33 mil advogados. Os outros dois concorrentes Paulo Graça (5425)​ e Gonçalo Gama Lobo (5656) tiveram votações muito próximas de Paula Lourenço. 

O actual bastonário, por exemplo, granjeou 6121 votos, o equivalente a cerca de um quarto das votações, o que o obrigará a ir a uma segunda volta juntamente com o segundo candidato mais votado para o Conselho Geral, Menezes Leitão (4677). A eleição terá lugar daqui a cerca de duas semanas.

Em terceiro lugar na corrida para bastonário, com 4264 votos, ficou António Jaime Martins, que nos últimos três anos dirigiu o Conselho Regional de Lisboa da Ordem. Seguiu-se Varela de Matos (2221 votos), Ana Luísa Lourenço (1735) e Isabel Silva Mendes (1081). Nas eleições para bastonário votaram pouco mais de 24 mil advogados, a maior votação de sempre.

Notícia corrigida dia 2 de Dezembro às 17h56, com a rectificação dos votos de Paula Lourenço e acrescento de alguns dados 

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